A Polícia Civil já localizou com vida mais de 230 pessoas que estavam desaparecidas durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no mês de maio. O trabalho é realizado por uma delegacia especializada em investigar casos de desaparecimentos, que precisou ter a equipe reforçada neste período.
De acordo com boletim da Defesa Civil gaúcha, 44 pessoas seguem desaparecidas em função de episódios relacionados às enchentes. O município de Canoas, na região metropolitana, lidera a lista com oito casos, seguido de Cruzeiro do Sul, com sete ocorrências e Encantado, com duas.
Cruzeiro do Sul e Encantado estão localizadas no Vale do Taquari, região que sofreu também com deslizamentos de terra.
O diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa, Mario Souza, responsável pela divisão de desaparecidos, explica que durante os temporais, no início de maio, muitas pessoas foram resgatadas e acabaram se separando das famílias.
Delegado Mario Souza, responsável pela divisão de desaparecidos no RS. — Foto: Foto: Bruno Teixeira/ CBN
Em meio ao cenário de desespero com o avanço das águas, elas foram resgatas sem celular ou documentos e ficaram incomunicáveis.
Para encontrar os desaparecidos, os policiais cruzam dados dos nomes de pessoas em abrigos, fazem varreduras em redes sociais, e realizam buscas nos locais onde as pessoas moravam. Em bairros onde só era possível acessar de barco, os agentes chegaram a utilizar um drone que emitia avisos sonoros e localizaram pessoas que estavam desaparecidas por que estavam presas em casa e haviam ficado incomunicáveis.
Ainda conforme Mário Souza, é essencial que a família faça o registro do desaparecimento, independente do período – Não há prazo mínimo ou máximo de horas.
Em um dos casos, um homem que mora no Rio de Janeiro perdeu o contato com a mãe, moradora de Porto Alegre. Ele decidiu fazer o registro em uma delegacia on-line após insistência da filha.