O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, insistiu nesta segunda-feira (17) que o governo dos Estados Unidos está por trás de um suposto plano para desestabilizar o governo venezuelano.
Maduro relacionou a declaração com a prisão de um grupo de estrangeiros neste fim de semana, incluindo um soldado americano, a quem acusa de fazer parte de um grupo “terrorista” que pretendia atacar sedes governamentais da Venezuela.
“Foi a mão do governo dos Estados Unidos, foi a mão da CIA. O governo dos Estados Unidos não esperava que tivéssemos capacidade para capturar o chefe de operações do plano terrorista contra a Venezuela. Militares ativos, reconhecidos pelo governo dos Estados Unidos”, disse Maduro.
“Temos provas completas. O que o ministro (do Interior) Diosdado Cabello mostrou não é nem 10% da prova completa, que já está nas mãos dos órgãos de Justiça, do Ministério Público”, ele acrescentou sem dar mais detalhes.
O presidente disse que Héctor Rusthenford Guerrero Flores, conhecido como “Niño Guerrero” e líder do grupo criminoso Tren de Aragua, foi chantageado pela CIA para “dirigir” os atos de violência ocorridos nos dias seguintes às eleições presidenciais venezuelanas.
Na ocasiões houve protestos contra os resultados anunciados pelas autoridades que – sem dar detalhes, como vários governos solicitaram – deram Maduro como vencedor.
“Niño Guerrero foi capturado pela CIA (…) Niño Guerrero dirigiu pessoalmente parte dos excessos e da violência criminosa de 29, 30 e 31 de julho. A Venezuela deveria saber disso. E que esteja articulado, ele e seu Tren de Aragua, ou o grupo que lhe responde, está diretamente articulado com o plano, como temos mais do que demonstrado hoje com as provas obtidas com os militares ativos dos Estados Unidos”, disse Maduro.
Guerrero está foragido desde que escapou da prisão de Tocorón, há um ano, durante uma operação massiva das autoridades.
O Presidente venezuelano acrescentou que, além do soldado americano detido, outros cidadãos espanhóis estiveram envolvidos na investigação e foram detidos.
O ministro das Relações Interiores, Diosdado Cabello, informou a detenção de três americanos, dois espanhóis e um checo.
Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que um membro das forças armadas do país foi detido na Venezuela e classificou qualquer alegação de envolvimento em uma conspiração para derrubar Maduro como “categoricamente falsa”.
Uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol disse à CNN que enviaram uma nota verbal ao governo venezuelano para ter acesso aos detidos, verificar as suas identidades e saber exatamente do que são acusados.