Especialistas definem que o presidente determinar cumprimento da meta fiscal e autorizar corte de quase R$ 26 bilhões no Orçamento ainda são medidas tímidas e o governo vai precisar cumprir promessas.
Apesar das ações do governo para frear a alta do dólar e manter o arcabouço fiscal, economistas avaliam que ainda é cedo para falar em “trégua” na relação entre o presidente Lula e o mercado financeiro. Ouça a reportagem completa abaixo:
Para frear o avanço da moeda americana e acalmar os investidores, Lula determinou o cumprimento da meta fiscal e autorizou o corte de quase R$ 26 bilhões no Orçamento de 2025. Para os especialistas, estas iniciativas ainda são tímidas diante do aumento das despesas e do risco fiscal. Os economistas sinalizam ainda que o governo vai precisar cumprir os compromissos assumidos. Caso contrário, as divergências voltarão a aparecer rapidamente.
Outro ponto que também pode interferir na relação do Planalto com o mercado está relacionado a escolha do próximo presidente do Banco Central.
O professor de Economia da UNB, Cesar Bergo, avalia que o corte de R$ 26 bilhões no Orçamento ainda é pequeno diante das despesas do governo:
“Obviamente, esse anúncio de contenção de R$ 26 bilhões a R$ 30 bilhões, a gente sabe muito bem que precisava um pouco mais. O valor não é suficiente, mas é um bom início, uma boa iniciativa do Executivo com vistas a acalmar o mercado e foi o que aconteceu. Você vê que o dólar hoje também caiu R$ 1,30, então, isso acalmou. Agora, o problema do mercado é até quando isso vai acontecer.”
Do lado do Planalto, interlocutores afirmam que, nesse primeiro momento, Lula deve diminuir as críticas ao BC e ao mercado, mas avaliam que o petista não vai deixar de “ser ele” e dizer o que pensa, especialmente sobre Roberto Campos Neto, que é visto como um agente político da oposição.