O presidente Lula voltou a despachar no Palácio do Planalto, após a cirurgia que fez na cabeça, no dia 10 de dezembro. Desde que retornou a Brasília, em 19 de dezembro, Lula trabalhava do Palácio da Alvorada e também da Granja do Torto, a segunda residência oficial da Presidência, onde Lula geralmente frequenta para dias de descanso e também onde faz reuniões pontuais. Nesta segunda-feira, Lula recebeu pela manhã o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e também o ministro da Casa-Civil, Rui Costa. A tarde ele teve uma reunião que contou com a presença do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, do presidência da Caixa Econômica, e também representantes da Casa Civil e do Ministério das Cidades.
Lula deve fazer a primeira aparição pública na quarta-feira, dia 8 de janeiro, em uma cerimônia no Planalto que vai relembrar os dois anos dos ataques golpistas de 8 de janeiro. Está prevista uma solenidade que vai contar com representantes dos três Poderes da República, além da reinauguração das 21 obras de arte que foram restauradas, incluindo o relógio do século XVII que foi consertado na Suíça.
Essa semana também deve marcar a volta das discussões sobre a reforma ministerial que Lula deve sair ainda na largada de 2025. Entre essas mudanças, está prevista a substituição na Secretaria de Comunicação. O principal cotado para assumir o lugar do atual ministro da Secom, Paulo Pimental, é o marqueteiro e publicitário Sidônio Palmeira, que fez a campanha presidencial de Lula em 2022, e que deve vir a Brasília para participar da cerimônia que marca os dois anos do 8 de janeiro. Inclusive estão previstas conversas entre Sidônio e Lula. Ele também participou do almoço de fim de ano com ministros, em dezembro, no Alvorada.
De olho em 2026, Lula organiza o xadrez da composição do governo para abrir espaço para o centrão, especialmente com a despedida de Arthur Lira da presidência da Câmara. Um dos ministérios na mira das mudanças é o da Saúde. A ministra Nísia Trindade é alvo de pedidos de substituições desde o fim de 2023 e o principal partido que busca o lugar dela é o PP, do ainda presidente da Câmara, Arthur Lira,
Outro ministério que pode sofrer mudanças é o da Defesa, comandado pelo ministro José Múcio. Ainda em dezembro Múcio externou ao presidente o fato de estar se sentindo cansado. Ao aceitar o convite para integrar o governo, o ministro, aposentado do TCU, tinha dito ao presidente que aceitaria o desafio, desde que ficasse por até 2 anos: prazo que venceu no fim do ano. Múcio quer dedicar mais tempo à família e aos momentos de descanso e, apesar de a saída dele não agradar Lula, o presidente já pensa na possibilidade de substitui-lo.
Nessa mudança, chegou a ser cogitada a possibilidade do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ir para o lugar de Geraldo Alckmin, no Mdic, e o vice-presidente assumir a cadeira de Múcio no Ministério da Defesa.