O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste sábado (17), que a solução definitiva para a guerra na Faixa de Gaza dependerá da criação de um Estado palestino reconhecido pela ONU.
Discursando na capital etíope de Adis Abeba, na abertura da 37ª Cúpula da União Africana, Lula disse que “o momento é propício para resgatar as melhores tradições humanistas dos grandes líderes da descolonização africana”.
“Ser humanista hoje implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis israelenses, e demandar a liberação imediata de todos os reféns”, declarou o presidente.
“Ser humanista impõe igualmente o rechaço à resposta desproporcional de Israel, que vitimou quase 30 mil palestinos em Gaza – em sua ampla maioria mulheres e crianças – e provocou o deslocamento forçado de mais de 80% da população”, completou.
Lula disse que a solução para o conflito só será duradouro “se avançarmos rapidamente na criação de um Estado palestino”, que seja reconhecido como membro pleno da Organização das Nações Unidas (ONU).
Lula pede Conselho de Segurança sem poder de veto
Durante o discurso, Lula aproveitou para voltar a pedir uma reforma na ONU e seu Conselho de Segurança.
O presidente pediu uma “ONU fortalecida e que tenha um Conselho de Segurança mais representativo, sem países com poder de veto, e com membros permanentes da África e da América Latina”.
Atualmente, têm poder de veto e presença permanente no Conselho os Estados Unidos, a China, a Rússia, a França e o Reino Unido, apenas.
“Há dois anos a guerra na Ucrânia escancara a paralisia do Conselho. Além da trágica perda de vidas, suas consequências são sentidas em todo o mundo, no preço dos alimentos e fertilizantes”, continuou.
“Não haverá solução militar para esse conflito. É chegada a hora da política e da diplomacia”, concluiu Lula.