Aliados do presidente Lula avaliam que a mudança que o petista indicou no governo não vai se limitar apenas à área da comunicação. A ideia, segundo interlocutores do Planalto, é realizar uma reforma ministerial no início de 2025 para acomodar novos aliados já de olho nas eleições de 2026.
Na última sexta-feira, em um evento do PT, Lula criticou a comunicação do governo, indicando mudanças que devem levar à saída de Paulo Pimenta da Secretaria de Comunicação. Além disso, o governo avalia alterações em outras pastas e a fala de Lula foi entendida justamente o aviso de que a reforma na Esplanada está próxima.
Além da saída de Paulo Pimenta da Comunicação, outra área que enfrenta desgaste é o Ministério de Desenvolvimento Social, que cuida dos programas assistenciais, como o Bolsa Família. O ministro Wellington Dias enfrenta críticas nos bastidores, apesar de ter apoio do presidente Lula. A presidente Gleisi Hoffmann sempre aparece como cotada para comandar as pasta, mas as eleições no PT serão realizadas apenas em julho de 2025, o que inviabiliza a entrada dela no momento. A sigla não abre mão dessa pasta.
Já o rearranjo no restante da Esplanada visa buscar aliados para 2026, em especial o PSD, que conquistou o maior número de prefeituras nas eleições municipais de 2024. Para o deputado Alencar Santana, do PT, passados dois anos do mandato, é hora de um freio de arrumação já de olho nas eleições gerais.
Para acomodar melhor o PSD, o governo pode oferecer uma pasta a Rodrigo Pacheco, que deixa a presidência do Senado em 2025. Já agradar o PP, de Arthur Lira, é mais difícil, já que o atual presidente da Câmara não indica disposição de assumir um ministério. O governo também pode avaliar um espaço maior ao União Brasil, embora a sigla reúna muitos nomes com tendência maior à oposição. A ideia seria garantir ao menos a neutralidade do partido em 2026.