Em discurso na Cúpula do Futuro da ONU neste domingo (22), o presidente Lula defendeu hoje a reforma das instituições de governança global e afirmou que não se pode retroceder no combate ao racismo e também na defesa da igualdade de gênero.
O petista participou da abertura do fórum que ocorre de forma paralela à Assembleia Geral da ONU e se propõe a debater o futuro da humanidade. Lula disse que as mudanças são necessárias, mas criticou a falta de ousadia e de ambição dos colegas para implementar as novas regras. A cúpula da ONU espera apoio de líderes globais ao chamado Pacto pelo Futuro, um documento com compromissos e metas para uma reforma das instituições e do sistema da ONU.
No discurso, Lula voltou a citar a necessidade de combate à fome e de permitir uma maior inclusão dos países do sul global. O petista ainda disse que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos, mas caminham para se tornar o maior fracasso coletivo, com apenas 17% das metas cumpridas na agenda 2030. O petista afirmou também que é preciso garantir que não ocorram retrocessos nas garantias de direitos humanos e no combate ao racismo, além de garantir a equidade de gênero.
O presidente brasileiro defendeu ainda que não é possível voltar a conviver com ameaças nucleares. Em um tom mais duro, Lula disse que não basta apenas apoiar essas mudanças, mas sim ter ambição e ousadia dos líderes mundiais para garantir o novo Pacto e a reforma da Assembleia Geral e também do Conselho de Segurança da ONU.
Todos esses avanços serão louváveis e significativos, mas ainda assim nos falta ambição e ousadia. A crise da governança global requer transformações estruturais. A pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram as limitações das instâncias multilaterais. A Assembleia Geral perdeu sua vitalidade e o Conselho Econômico e Social foi esvaziado. A legitimidade do Conselho de Segurança encolhe a cada vez que ele aplica duplos padrões o seu mito diante de atrocidades.
Nesse discurso, cada líder mundial tem cinco minutos para fazer suas apresentações. O presidente Lula passou um pouquinho desse tempo e teve o microfone cortado.
O petista segue nos Estados Unidos até a próxima quarta-feira cumprindo essa agenda internacional. Nesta segunda-feira (23), o presidente brasileiro participa de encontros bilaterais com a presidente da Comissão Europeia, a Ursula von der Leyen, e também com o primeiro-ministro do Haiti, o Gary Connell. Ele terá ainda eventos organizados pela fundação do ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.
Já na terça-feira (24), na Assembleia Geral da ONU, Lula abre os discursos do chefe de Estado e também tem reuniões com os presidentes da Espanha, Pedro Sanchez, e da França, Emmanuel Macron. Petra. Muito obrigado.