Em entrevista ao Viva Voz, Eduardo Graça, repórter especial do Jornal O Globo, comenta as repercussões do debate presidencial americano entre Kamala Harris, do partido Democrata, e Donald Trump, do partido Republicano.
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Em entrevista ao Viva Voz, apresentado por Vera Magalhães e Carolina Morand, Eduardo Graça, repórter especial do Jornal O Globo, destaca e analisa os principais momentos do debate presidencial norte-americano entre Kamala Harris e Donald Trump, realizado nesta terça-feira (10).
O jornalista avaliou que o debate teve como principal objetivo conquistar os votos dos eleitores indecisos, estratégia adotada pela vice-presidente e candidata do partido Democrata. Em contraste, o candidato republicano focou em reafirmar o apoio entre os seus eleitores mais fiéis.
‘O debate era para os indecisos. E ela fez um debate mais voltado para conquistar o voto dos indecisos do que ele. Ele fez um debate como se ele estivesse ainda nas primárias, para a base republicana. Não era o que a campanha republicana queria que ele fizesse’, destacou, ‘É uma eleição muito polarizada em que todo mundo conhece, nos Estados Unidos, Donald Trump. Então, o voto da base trumpista já é muito consolidado.’
Além de buscar os votos dos indecisos, Graça afirma que a proposta de campanha de Kamala Harris também visa atrair os eleitores ‘nem-nem’, que, durante a candidatura de Joe Biden, eram aqueles que não apoiavam nem Biden, nem Trump. Ele destaca que, com a chegada de Harris, ela pode oferecer essa nova possibilidade.
‘Ela mira no voto dos chamados ‘eleitores nem-nem’. Ela está oferecendo agora essa oportunidade. É lá que estão esses mais ou menos 11%, é o que as duas candidaturas acreditam hoje, 11% de eleitores dos sete estados-chave decisivos’, destacou.
Para Eduardo Graça, Kama Harris ‘venceu’ o debate:
‘Eu tentei encontrar nos dois lados, tanto na militância, quanto em pessoas da campanha, alguém que me dissesse que a Kamala não tinha vencido. Não encontrei. Acho que a única pessoa que continua dizendo e pensa isso é Donald Trump mesmo (…). Ela venceu de uma forma muito clara. Acho que ela conseguiu fazer o que ela se propôs, o que a campanha dela se propôs, que era se reapresentar para o eleitorado indeciso e não cair nas armadilhas do Trump. Ao contrário dele, que caiu em todas as armadilhas que ela jogou ali. Algumas, inclusive, ela nem jogou. Ele jogou para ele mesmo e caiu nelas.’
Ouça a entrevista completa:
*Estagiária sob supervisão de Bianca Vendramini
