Em último ato da Convenção Democrata, a candidata Kamala Harris prometeu governar ‘para o país, acima do partido e de si mesma’. A fala teve a mesma energia dos discursos de campanha e fez referências à sua história de vida, com destaque para a mãe, Shyamala Harris.
Logo de início, ela reforçou que aceita formalmente a indicação para concorrer na eleição presidencial de novembro e destacou que outro candidato representa uma ameaça à democracia. Kamala traçou uma linha divisória em relação a Donald Trump, apresentando o rival como um inimigo das liberdades individuais.
Kamala também falou sobre a economia e anunciou que pretende criar benefícios fiscais a famílias de classe média. Outro ponto tratado foi a questão dos direitos das mulheres e as garantias reprodutivas, como o aborto.
A candidata também discutiu temas sensíveis para a campanha, como a migração e a guerra em Gaza. Ela afirmou que pretende resgatar um projeto para reforçar o controle nas fronteiras. Sobre a situação em Gaza, disse que sempre vai defender Israel, mas clamou por uma solução rápida.
O discurso de Kamala também foi marcado por elogios ao atual presidente Joe Biden e ao vice, Tim Walz, que discursou na véspera, arrebatando o público.
Nesta quinta-feira, os democratas escalaram nomes para ressaltar a carreira dela como procuradora e atuações importantes contra grandes empresas e criminosos. O retrato serviu como gancho para atacar Donald Trump, caracterizado como um bilionário racista que desconhece as dificuldades de famílias comuns.
O partido levou ao palco quatro dos cinco adolescentes negros condenados injustamente pelo estupro de uma mulher no Central Park em 1989.
Outro destaque da noite foi a senadora Elizabeth Warren, que falou de episódios recentes do país, com destaque para a pandemia e a invasão do Capitólio.
O discurso de Kamala Harris marca o fim de quatro dias de convenção democrata. O partido busca eleger a primeira mulher presidente, evitando os erros cometidos com Hillary Clinton em 2016.