O aparelho celular da médica Cláudia Soares Alves, investigada pelo sequestro de uma recém-nascida em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, vai passar por perícia. A medida foi autorizada pela Justiça de Goiás, que concordou com o pedido de quebra de sigilo telefônico da neurologista. A intenção das autoridades é coletar dados que possam ajudar nas investigações do caso.
A autorização judicial atende a um pedido feito pelo Ministério Público Estadual. O conteúdo da decisão liminar da juíza Natácia Lopes Magalhães foi divulgada pela TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo, e confirmada pela CBN Goiânia.
A magistrada argumentou que “a quebra do sigilo das informações do celular é necessária, pois o aparelho pode conter conversas, imagens e outros dados importantes para as apurações do caso, além da confirmação da autoria do crime e os detalhes da prática do sequestro“.
Conforme a decisão, o acesso às informações foi autorizado no período de até um ano antes, a partir da data do crime. Além disso, a Polícia Civil deve fazer uma perícia no celular e elaborar um relatório no prazo de cinco dias. Com esses dados em mãos, a investigação poderá confirmar se o crime foi premeditado.
A bebê Isabela foi levada do hospital da Universidade Federal de Uberlândia três horas após o nascimento. Depois do caso, a unidade de saúde reforçou a segurança e delimitou os acessos de funcionários e pacientes ao local.
Médica comprou enxoval de bebê dias antes
A Polícia Civil já levantou algumas informações que indicam que a médica fez viagens dias antes do crime, para a compra de um enxoval de bebê. A instituição apura, ainda, se o vínculo da médica com a Universidade Federal de Uberlândia, responsável pelo hospital, facilitou a entrada de neurologista na unidade de saúde.
Essa linha de investigação vai contra o argumento da defesa dela, de que a mulher cometeu o crime por estar em crise psicótica, devido ao quadro de transtorno bipolar. Dessa forma, segundo o advogado de Cláudia, ela não teria capacidade de discernir o que estava fazendo.
A neurologista está presa preventivamente, desde quarta-feira (24), quando foi encontrada pela Polícia na cidade de Itumbiara, em Goiás, após sequestrar a menina. A princípio, ela responde pelo crime de sequestro.
Procurada, a defesa da médica investigada preferiu não se posicionar sobre a nova decisão judicial.