A Justiça do Rio de Janeiro decidiu, nesta quinta-feira (22), que o miliciano Luís Antonio da Silva Braga, o Zinho, chefe da principal milícia da Zona Oeste da cidade, será transferido para uma penitenciária federal fora do estado.
A decisão é da 2ª Vara Criminal da Capital, a pedido da promotora de Justiça Simone Sibilio. O Ministério Público argumentou que, devido à periculosidade de Zinho e à importância dele no esclarecimento de crimes em diversos processos sigilosos, o criminoso precisa ir para uma cadeia de segurança máxima fora do Rio.
Às vésperas do Natal de 2023, Zinho negociou sua rendição à Polícia Federal. Desde então, ele está preso em uma cela isolada no presídio de Bangu I, na Zona Oeste.
Pelo que o miliciano Zinho é investigado?
Além da violência cometida pela milícia, o criminoso é investigado pelas relações políticas com representantes do estado. Entre eles, dois velhos conhecidos do Rio: a deputada estadual Lucinha e o ex-vereador Marcelo Siciliano.
Lucinha e a assessora são investigadas pela Polícia Federal. Em mensagens interceptadas, a deputada era chamada até de ‘madrinha’ por chefes do grupo criminoso. Em dezembro do ano passado, ela foi afastada do cargo por ordem da Justiça. No entanto, no último dia 8, a Assembleia Legislativa decidiu por retorná-la ao exercício do mandato, mas a assessora Ariane Afonso Lima foi exonerada.
Já em relação a Marcello Sicilaino, de acordo com a investigação da Polícia Federal, o ex-parlamentar teve ajuda do grupo criminoso durante a campanha para deputado federal em 2022 – tanto para pedir votos nas favelas exploradas pelo grupo, quanto para financiar atos de divulgação.
Na terça-feira, outro conhecido do crime no Rio também foi mantido em presídio federal. Um recurso da defesa de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, tido com um dos chefes do Comando Vermelho, pedia o retorno dele ao sistema penitenciário estadual – o que foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça. 157 cumpre pena na penitenciária federal de Porto Velho, em Rondônia.