A Justiça de São Paulo mandou suspender o início da operação dos barcos na represa Billings, na zona sul da capital paulista, que estava previsto para esta quarta-feira (27). A liminar foi emitida após uma ação civil pública da Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público.
Na decisão, o juiz Antonio Augusto Galvão de França acatou o argumento do MP de que pode haver inconsistências nos estudos de impacto ambiental que permitiu a construção do sistema hidroviário.
O magistrado reconhece que a operação vai melhorar a mobilidade na região, mas que a implantação não deve ser feita de forma precipitada, para evitar potenciais danos a um dos principais reservatórios de água do estado.
O MP anexou estudos que afirmam que o calado das embarcações, ou seja, a parte que fica submersa, é maior do que o previsto inicialmente. E que a profundidade dos trechos a serem navegados não foi mensurada de forma adequada.
Por causa disso, o movimento dos barcos poderia espalhar poluentes na água, incluindo bactérias e algas com toxinas.
Novo adiamento
Essa é a quarta vez que a Prefeitura de São Paulo terá que adiar o início da operação do transporte hidroviário na Represa Billings.
O serviço, que vai beneficiar cerca de 385 mil passageiros da região do Grajaú e Cantinho do Céu, deveria ter começado a funcionar até 30 de setembro de 2023, mas a data foi adiada pela primeira vez para o mês de dezembro.
Porém, em janeiro, o prefeito Ricardo Nunes tinha postado um vídeo ao lado do governador Tarcísio de Freitas garantindo o início da operação para o final de fevereiro.
No início de março, foram adiados mais uma vez para o dia 27 de março.
Na primeira fase, o projeto ‘Aquático SP’ prevê duas embarcações para transporte de 60 passageiros sentados.