As forças israelenses permanecerão no sul do Líbano além do prazo estipulado em um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah, disse o gabinete do primeiro-ministro israelense nesta sexta-feira (24). Segundo autoridades, os termos da trégua não foram totalmente implementados.
Pela medida, que entrou em vigor em novembro, as armas e os combatentes do Hezbollah devem ser removidos das áreas ao sul do rio Litani, no Líbano, e as tropas israelenses devem se retirar enquanto os militares libaneses se deslocam para a região, tudo dentro de um prazo de 60 dias com conclusão prevista para segunda-feira (27) às 4h do horário local.
O acordo, intermediado pelos Estados Unidos e pela França, encerrou mais de um ano de hostilidades entre Israel e o Hezbollah apoiado pelo Irã. A luta atingiu o auge com uma grande ofensiva israelense que deixou o Hezbollah severamente enfraquecido e deslocou mais de 1,2 milhão de pessoas no Líbano.
O gabinete de Netanyahu disse em um comunicado que o processo de retirada militar israelense estava “dependente do exército libanês se posicionar no sul do Líbano e aplicar o acordo de forma plena e eficaz, enquanto o Hezbollah se retira para além do Litani”.
“Como o acordo de cessar-fogo ainda não foi totalmente aplicado pelo estado libanês, o processo de retirada gradual continuará, em total coordenação com os Estados Unidos”, disse o comunicado.
Não houve comentários imediatos do Líbano ou do Hezbollah.
A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O Hezbollah disse na quinta-feira (23) que qualquer atraso na retirada de Israel seria uma violação inaceitável do acordo, com o qual o estado libanês teria que lidar “por todos os meios e métodos garantidos por cartas internacionais”.
Israel disse que sua campanha contra o Hezbollah tinha como objetivo garantir o retorno para casa de dezenas de milhares de pessoas forçadas a deixar suas casas no norte de Israel devido aos disparos de foguetes do Hezbollah.
Ele infligiu grandes golpes ao Hezbollah durante o conflito, matando seu líder Hassan Nasrallah e milhares de combatentes do grupo e destruindo grande parte de seu arsenal.
O Hezbollah ficou ainda mais enfraquecido em dezembro, quando seu aliado sírio, Bashar al-Assad, foi derrubado, cortando sua rota de abastecimento terrestre do Irã.