O influenciador digital que atropelou e matou o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta pode ter alterado o veículo para ocultar provas e contou com a cumplicidade das passageiras para dificultar as investigações. É o que consta no inquérito finalizado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre o atropelamento, que aconteceu na noite de 13 de julho.
Segundo uma testemunha ouvida pela polícia, Vitor Vieira Belarmino foi visto mexendo no capô do BMW minutos após o acidente, numa tentativa de dificultar a identificação. O caso ganhou notoriedade porque o crime aconteceu poucas horas depois de Fábio e sua mulher, Bruna Vilarinho, terem se casado.
Eles estavam hospedados em um hotel na Avenida Lúcio Costa e, no momento do acidente, caminhavam enquanto conversavam sobre a lua de mel que fariam nos dias seguintes.
De acordo com o relatório, ao qual a Rádio CBN teve acesso, Vitor parou o carro em uma rua próxima ao local do acidente e mexeu na parte frontal do veículo antes de continuar a fuga. Após abandonar o BMW na garagem de casa e fugir em outro carro, ele deixou para trás as seis mulheres que estavam com ele.
O inquérito aponta que o comportamento das passageiras, que não prestaram socorro à vítima e saíram do local em um carro de aplicativo, levanta a suspeita de que elas possam ter agido em conjunto para proteger Vitor e dificultar a investigação, o que caracteriza um conluio.
A polícia agora tenta entender até que ponto cada uma delas está envolvida no crime e na tentativa de encobri-lo. Entre as passageiras estava uma adolescente, cujo procedimento foi desmembrado e encaminhado à Vara da Infância e da Juventude, onde será decidido o tipo de responsabilização que ela poderá enfrentar.
A perícia revelou que o BMW estava a cerca de 146 km/h momentos antes do acidente, mais que o dobro da velocidade permitida na Avenida Lúcio Costa. No momento do impacto, a velocidade era de aproximadamente 109 km/h, o que impossibilitou qualquer reação para evitar a tragédia.
Carro de influenciador que atropelou fisioterapeuta após casamento, no RJ — Foto: Betinho Casas Novas/ TV Globo
Depois do atropelamento, Vitor teve a prisão decretada, mas até agora continua foragido. A Polícia Civil segue investigando o caso para localizá-lo. As seis mulheres que estavam com ele no carro também estão sob investigação e podem enfrentar acusações adicionais, dependendo do andamento das apurações.
Agora, cabe ao Ministério Público decidir sobre a denúncia e os próximos passos do processo. A CBN tentou novamente contato com a defesa de Vitor, nesta terça-feira (03), mas ainda não teve retorno.