Paulo Roberto Braga, que morreu na última terça-feira (dia 16), tinha 68 anos e morava em Vila Aliança, uma comunidade de Bangu, na Zona Oeste do Rio. Nascido no Rio de Janeiro em 29 de fevereiro de 1956, ele morava no bairro há pelo menos 30 anos, segundo vizinhos. Paulo não tinha filhos nem esposa.
A reportagem da CBN esteve na rua da casa onde Paulo morava com alguns parentes. Amigos e colegas conversaram com a reportagem, mas prefiram não gravar entrevista. Descreveram ele como um homem simples e humilde.
A rotina do idoso era se sentar na beira da sinuca de um dos bares da região e ficar observando o movimento. Também gostava de conversar com os mototaxistas que têm um ponto ao lado da residência onde ele morava.
A casa é simples, sem luxos e de fachada comum nas vilas do Rio. Na entrada, uma garagem de portão de metal preto. Ao fundo, alguns cômodos. Na parte superior, uma espécie de sobrado, alguns quartos novos que foram construídos pelos parentes.
“Parecia estar bem”, diz amigo de Paulo encontrou com ele na véspera da morte
Mulher leva cadáver de homem para sacar dinheiro em banco, no RJ — Foto: Reprodução
Um amigo, que preferiu não ser identificado, contou que viu Paulo na segunda (dia 15), um dia antes da morte. Ele cruzou com o homem na rua onde Paulo morava e trocou algumas palavras.
“Estava bem, não vi nada de anormal. Eu perguntei como ele estava e ele disse que estava indo devagar. Eu disse a ele: se cuida. Ele era simples, não tinha complicação, era um cara comum, normal. Ele consertava gaiolas para tomar um biricutico, não gostava de cerveja, ele bebia cachaça num copinho descartável”, relatou.
De acordo com os moradores, os parentes de Paulo têm alguns pequenos imóveis na região. As lojas são alugadas para comércios, que ajudam na renda familiar. Além disso, são envolvidos com ações da igreja da rua onde moram.
Vizinhos estão em choque com o caso
Os moradores contaram que souberam o que havia acontecido pela televisão. Ninguém imaginava que um caso como esse poderia acontecer no bairro. Os mototaxistas, que viram Paulo entrando em um carro de aplicativo, acreditavam que ele estava indo a uma unidade de saúde, dar continuidade a um tratamento que vinha fazendo.
Sobre Érika, sobrinha de Paulo que tentou sacar o empréstimo, os moradores dizem que perceberam nos últimos anos algumas mudanças no comportamento dela. Eles sabiam que ela havia sido diagnosticada com transtornos psicológicos e que fazia tratamento psiquiátrico. Informalmente, os moradores disseram estar abalados com o caso e que esperam punições, caso comprovados os crimes investigados, de vilipêndio ao cadáver e fraude.