Referência no atendimento especializado no estado do Rio, o Hospital Federal de Bonsucesso deve ser completamente reaberto até o final de novembro. A previsão é do Ministério da Saúde, que iniciou nesta terça-feira (15) as mudanças da gestão da unidade. A unidade ficará sob a responsabilidade do Grupo Hospitalar Conceição, uma instituição pública gaúcha vinculada ao governo federal e que já integra o Sistema Único de Saúde.
Com a mudança, a prioridade da nova gestão é reabrir a emergência, fechada desde 2020, e salas para cirurgias, além de mais de 200 leitos, para a retomada gradativa de todos os serviços. A previsão de reabertura total do hospital é de 45 dias. Contando a partir desta terça-feira, o prazo se encerra no dia 29 de novembro.
A expectativa é que equipes do Grupo Conceição cheguem no Hospital Bonsucesso nos próximos dias com o objetivo de diagnosticar a situação da infraestrutura e começar imediatamente reformas e adequações, como as necessidades elétricas e hidráulicas. A nova gestão também vai preparar um estoque estratégico de insumos para garantir que não haja interrupção no fornecimento de materiais e medicamentos fundamentais da unidade, além de realizar um inventário completo de todos os insumos disponíveis.
Em entrevista à TV Globo, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que as entregas devem acontecer progressivamente e que todos os processos estarão concluídos em três meses.
“Levará um tempo, nós temos aí um tempo de 45 dias, porque é um contingente grande de profissionais, isso será feito com todo critério e a nossa previsão também é de entregando progressivamente, abrir a emergência parcialmente e depois totalmente leitos, leitos gerais, leitos de UTI, no prazo de 90 dias queremos ter o hospital entregue e estaremos fazendo reformas elétricas, reforma hidráulica também progressivamente”, afirmou.
O Hospital de Bonsucesso está situado na Avenida Brasil, que liga o Rio às demais cidades do estado, principalmente a Baixada Fluminense. Isso faz com que a instituição seja uma referência em serviços de média e alta complexidade não só para a capital fluminense, mas para praticamente toda a população do estado.
O orçamento da unidade não é reajustado há uma década e cortes significativos foram realizados nas verbas deste ano. Dos 400 leitos disponíveis, 200 estão fechados, e a emergência da unidade não está atendendo pacientes. O déficit de funcionários é estimado em 2 mil trabalhadores.
Segundo o Ministério da Saúde, até 2025 a previsão de investimento adicional para o Hospital Bonsucesso é de R$ 263 milhões para diagnósticos, insumos e equipamentos, sendo R$45,5 milhões em 2024 e R$218,2 milhões em 2025.
Questionada sobre o motivo de uma rede gaúcha atender o Rio de Janeiro, Nísia Trindade afirmou que o ministério se baseou na competência do Grupo Conceição.
“O Grupo Hospitalar Conceição mostrou-se uma referência no atendimento à população do Rio Grande do Sul e em todo o trabalho que o Ministério da Saúde fez na região, no território Yanomami, no enfrentamento à grave crise no Rio Grande do Sul. Por ser vinculado ao Ministério da Saúde, é um ponto central para o nosso trabalho de qualidade. Então, essa é a razão do Grupo Hospitalar Conceição. É um hospital de excelência que mostrou isso no Rio Grande do Sul e vai dar essa contribuição fundamental no Rio de Janeiro”, afirmou.
Elaine Lopes, que estava na Secretaria Municipal de Municipal de Saúde de Niterói, será a nova diretora do Hospital Federal de Bonsucesso. Nísia Trindade garantiu que todos os servidores concursados terão seus empregos preservados.