Em reunião técnica nesta quinta-feira, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aceitou a proposta do Operador Nacional do Sistema para a adesão do horário de verão.
A medida visaria, principalmente, desestressar o sistema no chamado “pico de necessidade de energia de ponta”, entre 18h e 21h. O pico de consumo geral acontece entre 14h e 16h, mas, nesta faixa de horário, as fontes de energias renováveis, principalmente solar e eólica, estão em plena produção – e caem a partir das 18h, o que obriga o acionamento das usinas térmicas, mais custosas para a geração de energia. Atualmente, 20% da capacidade energética do Brasil é gerada a partir de energia solar.
A reunião desta quinta-feira (19) teve participação também do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). De acordo com o instituto, o Brasil tem o pior índice pluviométrico da série histórica, desde 1950.
Ainda de acordo com o Cemaden, as regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Norte não têm previsão de chuvas relevante pelos próximos 15 dias.
Decisão caberá ao governo Lula
Apesar do cenário de seca, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que não há risco energético para o verão. De acordo com o governo, o sistema hidrelétrico opera com 55% da capacidade dos reservatórios.
Apesar da sinalização técnica, Alexandre Silveira disse que ainda não está convencido da necessidade do horário de verão. O ministro teme a interferência que a adesão teria em diversos setores da economia.
Silveira, agora, levará o tema ao governo federal, que deve ser analisado nos próximos dez dias para uma decisão definitiva. No entanto, ele garantiu que o sistema não será implementado antes do segundo turno das eleições.
Ainda de acordo com o ministro, a aplicação do horário de verão significaria uma economia de R$ 400 milhões no pico do horário de estresse energético, com a diminuição do uso de usinas térmicas.