O governo de São Paulo vendeu a construção e manutenção de 16 escolas estaduais. O lance vencedor foi de 11 milhões e meio de reais por mês. O leilão na Bolsa de Valores aconteceu sob protestos de estudantes e professores. Do lado de fora, a PM usou spray de pimenta e bombas de efeito do moral.
A construção e manutenção de 16 escolas estaduais em São Paulo vai ser feita pela iniciativa privada.
O lote inclui unidades no interior, além de Guarulhos, Carapicuíba e Diadema, na Região Metropolitana da capital.
O vencedor foi o Consórcio SP Mais Escolas, formado por cinco empresas. Elas vão receber 11 milhões e meio de reais por mês da gestão estadual para construir e administrar as escolas. O valor significa um desconto de 22% em relação ao valor de referência, de quase 15 milhões.
O leilão aconteceu na Bolsa de Valores, no Centro da capital. Do lado de fora, houve protesto de estudantes e professores.
A Polícia Militar usou bomba de efeito de moral e spray de pimenta para dispersar o grupo.
Além da construção, o consórcio vencedor ficará responsável pela gestão e operação das estruturas das escolas por 25 anos. A gestão pedagógica permanece com a Secretaria da Educação do Estado. É o que defende o secretário Renato Feder:
“Vão estudar em escolas limpas, organizadas, com infraestrutura, com laboratórios, com internet boa, com alimentação boa. Então a gente vai com duas estratégias: o Estado focando na aprendizagem, e o privado focando na manutenção. Manifestações fazem parte da democracia. Então é esperado que haja pessoas contra, mas a grande maioria é a favor. É isso que a gente está vendo quando a gente visita as escolas, conversa com os professores”.
Na semana passada, o Tribunal de Justiça reverteu uma decisão de primeira instância que impedia o certame e chegou a derrubar o leilão do primeiro lote, que incluía outras escolas.
O juiz de primeira instância tinha tinha acatado uma ação Sindicato dos Professores do Estado. Ele argumentou que o espaço físico de uma escola não pode ser dissociado do projeto pedagógico. A Apeoesp afirmou que vai entrar com novas ações para tentar reverter os leilões.
Com o final dos dois leilões, a construção e manutenção de 33 escolas estaduais de tempo integral de São Paulo vão passar para a iniciada privada.
O Lote Leste (2) prevê a construção de 16 escolas em Aguaí, Arujá, Atibaia, Campinas, Carapicuíba, Diadema, Guarulhos, Itapetininga, Leme, Limeira, Peruíbe, Salto de Pirapora, São João da Boa Vista, São José dos Campos, Sorocaba e Suzano.