A Polícia Civil do Rio desarticulou uma organização criminosa voltada à produção de material de abuso e exploração sexual infantojuvenil que tinha três alemães como integrantes.
Uma investigação da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima descobriu que os estrangeiros faziam festas na comunidade da Cidade de Deus, na Zona Oeste da capital, para a prática de atividades sexuais. No local, os homens produziam vídeos sem que as vítimas vissem e vendiam o conteúdo para a Europa.
Nesta terça-feira (19), o fotógrafo Frank Altmann, de 60 anos, foi detido em Berlim, em uma ação conjunta com a Agência Federal de Investigação Alemã. Segundo a polícia, ele aliciou pelo menos 20 meninas entre 12 e 15 anos. O homem foi preso enquanto voltava de uma viagem à Suíça.
A investigação começou em fevereiro, por meio de uma denúncia anônima, com a prisão do jornalista alemão Rainer Adolph, de 71 anos, em Curicica, na Zona Oeste do Rio. Ele está preso em Bangu, na mesma região. Na ação, os investigadores encontraram materiais de abuso sexual infantojuvenil armazenados em dispositivos do estrangeiro.
O terceiro alemão investigado no caso não chegou a ser preso. Jan Juri Reetz foi morto a facadas na Alemanha, em agosto, pela namorada, que descobriu que ele abusava sexualmente da filha dela. A mulher foi absolvida pela Justiça Alemã.
Um brasileiro também foi identificado e preso. Ele participava dos eventos e aparecia em vídeos analisados pela delegacia, praticando crimes de estupro de vulnerável com adolescentes. A polícia também conseguiu chegar aos nomes de 20 vítimas flagradas nas cenas.
O alemão detido nessa terça era o último envolvido no esquema de exploração sexual infantil ainda em liberdade. Na casa dele, em Berlim, foi apreendido um HD com a identificação “Rio de Janeiro”, o que sugere a existência de conteúdo de exploração sexual infantojuvenil produzido no Rio. A Polícia Civil informou que permanece em contato com a Agência de Investigação Alemã para receber o conteúdo e analisá-lo.