São Paulo receberá neste sábado (16), às 14h no Sambódromo do Anhembi, uma corrida que se difere das demais principais categorias do automobilismo: é o primeiro esporte do mundo certificado por ser carbono líquido zero.
Enquanto as emissões de CO2 estão diretamente ligadas ao aquecimento global e poluição, a categoria alia tecnologia, reciclagem e energias renováveis na contramão das ações deletérias ao planeta. A F-E é uma signatária do “Climate Neutral Now”, da ONU, para redução da emissão de gases nocivos, o que lhe rendeu a certificação de boas práticas.
Em 2023, Fórmula E foi classificada como o esporte mais sustentável do mundo pelo Global Sustainability Benchmark in Sports (GSBS), além de manter o Padrão Internacional para Eventos Sustentáveis (ISO 20121) e o nível de três estrelas da FIA para acreditação ambiental.
Corrida sustentável
No ano passado, a Fórmula E apresentou seu mais recente Relatório de Sustentabilidade referente a 8º temporada. Houve uma redução da emissão de carbono em 24%, segundo o relatório, que compreende toda a estrutura para o evento, das corridas e estruturas aos deslocamentos para as o provas Foram 33.800 toneladas de CO2 durante a temporada. A modalidade surgiu em 2014 e, desde então, apresenta números melhores a cada edição
- 5º temporada: 13 corridas em 12 cidades com emissão de 3,43 toneladas de CO2 por prova
- 8º temporada: 16 corridas em 10 cidades com emissão de 2,11 toneladas de CO2 por prova
Deste total, apenas 1% das emissões são referentes ao carro de corrida e à prova em si. Nas demais emissões, 73% são do transporte de estruturas pelo mundo, 13% viagens de negócios, 7% são operações, 4% são das viagens dos espectadores e 2% são gastos com alimentação e bebidas.
Mais eficiente que um F1
A Fórmula E está mais avançada que seus pares em velocidade sobre a sustentabilidade. Um levantamento da Unicamp apontou que um carro de Fórmula 1 emite 500kg de CO2 por corrida. Stefano Domenicali, o CEO da F1, afirmou que a intenção da categoria é zerar a emissão de gases nocivos até 2030. “Os carros da Fórmula 2 e Fórmula 3 estão funcionando com 55% de sustentabilidade e continuamos no caminho certo para introduzir biocombustíveis 100% sustentáveis em 2026″, comentou.
Carro “reciclável”
O GEN3 é o carro da categoria e grande responsável pelo “selo verde”. Ele é alimentado por motores elétricos que são substancialmente mais eficientes do que os motores de combustão interna (ICEs), convertendo mais de 95% da energia elétrica em comparação com cerca de 40% nos ICEs de alta eficiência de outros esportes automotivos. Além disso, o GEN3 foi comparado a uma “usina móvel”, pois produz mais de 40% da energia que consome em uma corrida por meio de frenagem regenerativa, ou seja, o esforço de cada freada é convertido em mais energia para impulsionar o motor elétrico.
Além do desempenho, a alta tecnologia empregada no GEN3 usa o reaproveitamento dos pneus, peças quebradas e células de bateria. O veículo usa linho e fibra de carbono reciclada por construção do corpo do carro. Por exemplo, somente nos pneus, 26% da borracha e fibras são recicladas após a corrida.
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