O primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, disse com exclusividade à CNN que o Brasil pode fazer “muito” para ajudar o povo palestino durante o atual conflito com Israel.
“O Brasil pode defender o reconhecimento da Palestina. O Brasil também pode usar seu peso político e econômico para tornar isso possível”, disse ele.
Shtayyeh se reuniu neste sábado (17) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a reunião de cúpula da União Africana, que acontece em Adis Abeba, a capital da Etiópia.
Segundo o primeiro-ministro, a reunião com o presidente foi “maravilhosa”.
Ele afirmou que os dois discutiram “como trazer a paz à região, como continuar a trabalhar no reconhecimento do Estado da Palestina como membro das Nações Unidas e como parar o genocídio que Israel está a cometendo contra o nosso povo em Gaza e no resto do território palestino”.
“Ouvimos dele (Lula) todas as mensagens de solidariedade e continuaremos a trabalhar juntos em muitas questões jurídicas, políticas e diplomáticas”, afirmou.
Shtayyeh não poupou elogios a Lula, dizendo que ele foi “muito corajoso” ao expressar a sua solidariedade ao povo palestino.
Na quinta-feira (15), durante discurso na Liga Árabe, no Egito, o presidente fez duras críticas a Israel pelo que classificou de reação “desproporcional e indiscriminada” na Faixa de Gaza depois dos ataques terroristas do Hamas, em 7 de outubro do ano passado.
No discurso, Lula também lembrou que o governo brasileiro condenou desde o início a ação do grupo muçulmano. “O ataque do Hamas em 7 de outubro é indefensável e mereceu veemente condenação do Brasil”, disse.
Mas mesmo com a observação sobre o Hamas, o tom de condenação a Israel tomou conta do discurso.
“Basta de punição coletiva” foi uma das frases mais fortes de Lula.
O governo israelense sempre negou que quisesse punir de forma coletiva o povo palestino, o que seria um crime pelo direito internacional.
Os israelenses dizem que sua operação militar no território da Faixa de Gaza tem o objetivo exclusivo de eliminar o Hamas.
Quase 30 mil palestinos já morreram no conflito, além de mais de 1500 israelenses assassinados pelo Hamas.