O general Freire Gomes vai prestar depoimento na condição de testemunha e não de investigado. Ele é esperado na sede da PF, em Brasília, hoje à tarde.
O ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, presta depoimento hoje à Polícia Federal, na investigação que apura uma tentativa de golpe de Estado por integrantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O general é esperado na sede da PF, em Brasília, hoje à tarde. Ao contrário de diversos colegas e ex-ministros de Bolsonaro, alvos de uma operação recente da PF, Freire Gomes não entrou na mira dos investigadores até o momento. Tanto que ele vai prestar depoimento na condição de testemunha e não de investigado.
O general foi comandante do Exército entre março e dezembro de 2022 e, segundo as investigações da PF, teria recebido mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, sobre planos golpistas do ex-presidente. Os investigadores esperam hoje tirar algumas dúvidas com Freire Gomes acerca de uma reunião realizada no Palácio do Alvorada para debater a chamada minuta do golpe.
Freire Gomes terá de explicar ainda a atuação sobre os acampamentos golpistas montados em frente a quartéis do Exército. Os militares acabaram não interferindo na montagem dos locais que pediam intervenção e golpe de Estado. A PF apura se houve omissão dos responsáveis, entre eles Freire Gomes, que deixaram os locais se multiplicarem pelo país.
No relatório que embasou a operação Tempus Veritatis, a PF afirma que Freire Gomes e o então comandante da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior, teriam resistido às tentativas golpistas dos demais membros do alto escalão do governo Bolsonaro.
A PF aguarda ainda ouvir Freire Gomes e outros personagens da trama golpista antes de reconvocar o tenente-coronel Mauro Cid para prestar depoimento. A ideia dos investigadores é juntar as informações antes de chamar novamente Cid para complementar a delação premiada.