Ele negou que tenha sido o responsável pelo vazamento de mensagens de WhatsApp que revelaram que o gabinete do ministro do STF, Alexandre de Moraes, ordenou de forma não oficial a produção de relatórios pelo TSE contra bolsonaristas no inquérito das Fake News, em 2022.
O perito e ex-chefe do setor de combate à desinformação do TSE, Eduardo Tagliaferro, negou em depoimento à Polícia Federal (PF) em São Paulo que tenha sido o responsável pelo vazamento de mensagens de WhatsApp que revelaram que o gabinete do ministro do STF, Alexandre de Moraes, ordenou de forma não oficial a produção de relatórios pelo TSE para embasar decisões do próprio Moraes contra bolsonaristas no inquérito das Fake News, em 2022.
Eduardo Tagliaferro depôs hoje pela manhã. Além dele, a ex-mulher e o ex-cunhado também foram ouvidos nesta tarde. O advogado de defesa, Eduardo Kuntz, disse que Tagliaferro respondeu todas as perguntas.
Tagliaferro esclareceu a polícia federal sobre o aparelho da conversa vazada. O telefone foi apreendido 2023 pela Polícia Civil de São Paulo após Tagliaferro ser preso em flagrante sob acusação de violência doméstica. Consta no boletim de ocorrência que o aparelho foi lacrado e ficou seis dias na delegacia.
O advogado de defesa, Eduardo Kuntz, afirmou que esse telefone apresentou problemas e Tagliaferro se desfez do celular naquele mesmo ano e comprou um novo:
‘Posteriormente, quando foi testar o telefone que foi apreendido, verificar se estava funcionando normalmente ou não, viu que não estava funcionando. Ele tinha algumas travas, a bateria não carregava de forma como era no primeiro momento, o que fez com que ele quebrasse, destruísse o telefone e se desfizesse. O telefone ficou apreendido por seis dias, ele foi solto na audiência de custódia, obteve um outro telefone mais moderno, se desfez do velho e tocou a vida com o novo’, relatou. ‘Óbvio que ele negou o vazamento das mensagens. Ele não tem mais esse celular.’
Tagliaferro é apontado como o pivô das suspeitas de vazamento da troca de mensagens entre o juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes e técnicos do Tribunal Superior Eleitoral. Há suspeita de que as conversas tenham sido extraídas do celular do perito.
As mensagens foram divulgadas em reportagem da Folha de São Paulo. O advogado também disse que o atual celular de Tagliaferro foi apreendido pela Polícia Federal.