Apenas no mês de agosto, 24 pessoas foram presas por provocarem incêndios em vegetação em Minas Gerais. A informação foi confirmada à CBN pela Polícia Militar de Meio Ambiente. Os dados fazem parte de um levantamento realizado a partir de uma operação para combater o crime de incêndio em vegetação e prisão dos envolvidos em atividades ilegais de queimadas. Em todo o ano, foram 49 pessoas presas no estado por provocarem queimadas.
A operação realizada pela corporação teve início em agosto, mas, como os incêndios continuam, os trabalhos foram estendidos até o final do mês de setembro para combater as ações criminosas. O Tenente Coronel Emiliano Lages, comandante do batalhão da Polícia Militar de Meio Ambiente, diz que, durante a primeira fase da operação, os policiais também identificaram características das ocorrências e dos criminosos.
“O cidadão infrator que comete esse tipo de crime ambiental, tem faixa etária muito ampla, de 20 a 60 anos de idade. São diversos os fatores que levam a pessoa a colocar fogo. Tem aqueles que são realmente criminosos, a pessoa põe fogo somente por colocar, mas tem aquelas situações também que a pessoa está manejando fogo através de uma queimada controlada, perde o controle e vem a tornar-se um incêndio.”
Aproximadamente 900 policiais militares do Batalhão de Polícia Militar de Meio Ambiente estão atuando, além de agentes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Defesa Civil. Segundo a polícia, 40% dos incêndios ocorrem em fazendas, 17% em vias públicas e 12% em matas ou florestas. Além disso, 95% ocorrem no horário das seis da manhã e seis da noite. Os maiores aumentos percentuais de incêndios foram registrados no Sul de Minas e Zona da Mata, com mais de 200% de crescimento.
Para inibir os casos, um monitoramento diário conta com utilização de imagens em tempo real, via satélite, numa parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Segundo o Tenente Coronel, a tecnologia pode identificar fontes de calor até mesmo em espaços pequenos.
“Essa tecnologia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais está bastante avançada. Então o satélite consegue detectar um espaço territorial muito pequeno, o início de uma fonte de calor. Isso é repassado para a gente ou nós mesmos verificamos através dessa plataforma do INPE e aí deslocamos a viatura, combatendo o fogo bem no início. Com isso, a gente consegue debelar de maneira mais fácil e também fazer a prisão do cidadão que pôs fogo.”
Além das operações, serão realizadas campanhas educativas e palestras para promover a conscientização sobre os riscos e danos decorrentes dos incêndios florestais e das queimadas irregulares em áreas urbanas e rurais.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Espaciais, agosto foi o mês com o maior número de focos de incêndio em Minas Gerais nos últimos 10 anos. Foram 3.482 focos registrados no período.