Após telefonema entre os presidentes, Brasil, Colômbia e México divulgaram uma nota conjunta em que pedem a divulgação de atas eleitorais na Venezuela.
Lula, Gustavo Petro e López Obrador conversaram sobre a situação do país vizinho nesta quinta-feira (1º). O telefonema durou cerca de 40 minutos. O assessor de assuntos internacionais da presidência brasileira, Celso Amorim, também participou.
O texto ainda faz um apelo para que o impasse eleitoral na Venezuela seja resolvido pelas “vias institucionais”. E diz que a soberania popular deve ser respeitada com “apuração imparcial”. Leia a nota completa abaixo.
Desde o último domingo (28), quando o governo da Venezuela anunciou a vitória de Nicolás Maduro, Colômbia e México cobram transparência na divulgação dos resultados. Organizações internacionais também criticam a falta de dados sobre a votação.
Já o presidente Lula amenizou as críticas sobre uma possível fraude nas eleições e cobrou a apresentação das atas da votação. “Estou convencido de que é um processo normal, tranquilo”, afirmou na terça-feira (30), em entrevista à TV Centro América, afiliada da TV Globo em Mato Grosso.
Lula também minimizou a nota do PT reconhecendo a vitória de Nicolás Maduro. Segundo o petista, a imprensa brasileira está tratando o caso como a Terceira Guerra Mundial, mas não há nada de anormal.
Leia a nota na íntegra:
Os governos do Brasil, Colômbia e México felicitamos e expressamos nossa solidariedade com o povo venezuelano, que compareceu massivamente às urnas em 28 de julho para definir seu próprio futuro.
Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação.
As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados.
Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos.
Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento.
Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano.