As eleições presidenciais venezuelanas acontecem no domingo (28), e o Brasil acompanha de perto, com o assessor especial da Presidência, desde sexta-feira (26), em Caracas.
Assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim se encontrou, neste sábado (27), com a oposição que disputa as eleições no Venezuela. As eleições presidenciais da Venezuela acontecem no domingo (28), e o Brasil acompanha de perto. Amorim, está em Caracas, desde esta sexta-feira (26), onde também participou de reuniões com autoridades locais. Ouça a reportagem completa abaixo:
Na sexta-feira (26), a Venezuela anunciou o fechamento das fronteiras, impedindo que um grupo de ex-presidentes latino-americanos, críticos do ditador Nicolás Maduro, viajasse para observar as eleições. As autoridades locais proibiram a entrada da delegação com dez deputados e senadores espanhóis em Caracas. O bloqueio do voo, por sua vez, foi denunciado pelo governo do Panamá. Apesar da tensão, Amorim – que representa o Brasil, conseguiu desembarcar no país. O fechamento das fronteiras vale até segunda-feira (29), ou seja, um dia após as eleições.
A presença do enviado especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no país vizinho tem por objetivo mostrar que o Brasil valoriza o que espera ser um processo democrático, em busca da estabilidade regional. A especialista Cristina Pecequilo diz que a atuação do Brasil agora é fazer a ponte entre os dois partidos e observar de perto as eleições no país:
“A relação entre Brasil e Venezuela vem se consolidando, começa com o Fernando Henrique Cardoso e vai prosseguindo pelo governo Lula, com algumas baixas durante o período do Bolsonaro, e agora uma tentativa de retomada com o terceiro governo Lula. A presença do Celso Amorim para questões internacionais é extremamente importante para essa eleição na Venezuela. O Celso Amorim não chega como um observador internacional, ele chega justamente como um diplomata para fazer a ponte entre o governo Maduro e a oposição.”
Pesquisas de intenção de voto indicam que Nicolás Maduro, em seu 11º ano no poder e concorrendo à terceira reeleição, tem chances reais de ser derrotado. Seu principal adversário é o ex-diplomata Edmundo González, que lidera a corrida presidencial com mais de 50% das intenções de voto, enquanto Maduro conta com cerca de 20%. Além deles, outros oito candidatos estão na disputa. Não há segundo turno.