O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, defendeu a Medida Provisória que limita as compensações de créditos de PIS/Cofins como forma de bancar a desoneração da folha de pagamento. Ouça a reportagem completa abaixo:
Ele destacou que a medida tem como foco o equilíbrio fiscal do país.
“É simples, é fácil, não é? Mas do ponto de vista do que a gente está vivendo, a quadra que a gente vive, nós não temos muitas opções. Ou a gente revê todos os benefícios e a gente fica com o orçamento aprovado ou a gente mantém a desoneração que está sendo feita para a validade dos benefícios, ou se acha uma alternativa.”
Dario disse concordar que a medida proposta é dura, mas afirmou que a equipe do Ministério da Fazenda está aberta a discutir alternativas. Ele afirmou que há risco para juros e inflação se nada for feito.
As afirmações foram feitas durante um painel sobre o futuro da economia do Brasil em um congresso com representantes de empresas e do setor financeiro na cidade de Guarujá, litoral paulista.
Na última semana, uma coalizão de 27 frentes parlamentares do Congresso pediu que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devolva a MP. Eles argumentam que ela traz graves consequências para o setor produtivo, principalmente o industrial, agroindustrial, petroquímico, de alimentos, medicamentos e segmentos exportadores. Os parlamentares se dizem surpresos pela medida.
Ainda na seara econômica, o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, cobrou que o setor produtivo e o governo se unam em prol da economia.
“Nós precisamos de uma parceria da Fazenda com o Banco Central. Com um diálogo pra gente sair nesse momento que o Brasil vai chamar a atenção do planeta num outro patamar, trazendo mais investimento, mais parceria e mais desenvolvimento. Toda vez, eu ia a algum lugar e me falavam: desce do palanque. Eu estou vendo agora, tem empresário que precisa descer do palanque. Vamos botar a bola no chão e vamos começar a virar essa partida e mudar o ambiente.”
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participou do debate e afirmou que o que mais importa para a autoridade monetária é que haja convergência da divida fiscal do Brasil, com menos peso para medidas que são tomadas no dia a dia do Ministério da Fazenda.