Completando 80 anos nesta quinta-feira (6), o Dia D ou ‘Operação Overlord’ ou ‘Operação Netuno’ foi uma das importantes marcas da Segunda Guerra Mundial. A data, em 6 de junho de 1944, marcou a invasão das praias da Normandia, que na época era controlada pela Alemanha Nazista. O desembarque surpresa pela água foi feito por tropas dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e do Canadá.
Mais de quatro mil soldados das tropas aliadas morreram na data e cerca de outro cinco mil ficaram feridos, sendo a maioria americanos. Até mesmo por isso, os EUA transformaram o dia completamente, especialmente através do cinema.
Tudo começou ainda antes da data, pelo fato de cinco cineastas norte-americanos terem ido até diversos fronts de batalha para gravar cenas. Eles foram: John Ford , William Wyler, John Huston, Frank Capra e George Stevens. Foram feitas gravações de momentos menores e maiores e de locais importantes durante a batalha, que durou de 1939 até 1945.
Uma dessas gravações foi de Stevens, que na época era conhecido por ter feito o longa ‘Alice Adams’, em 1935, com Katharine Hepburn. Sendo um dos diretores que estava pelos campos de batalha, ele foi escolhido pelo general americano Dwight Eisenhower, que liderou os planos de invasão a Normandia, para gravar a entrada dos soldados nas praias. Boa parte das imagens conhecidas atualmente são dele.
Filmagem de George Stevens do Dia D. — Foto: Reprodução
As gravações ficaram marcadas para a posteridade, entrando inclusive como parte da biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.
Após voltar para seu país natal, George Stevens ainda ficaria famoso por filmes como ‘Um Lugar ao Sol’, de 1951; ‘Assim Caminha a Humanidade’, de 1956 (pelo ganhou ganho Oscar de Melhor Diretor); e ‘O Diário de Anne Frank’, de 1960.
Após a guerra
Depois de 1945, o Dia D sempre esteve em parte do imaginário americano nas artes, especialmente no cinema. Produções a partir dos anos 1960 abordaram diversos aspectos e olhares diferentes, que deram uma dimensão maior para o confronto.
Um dos mais famosos é ‘O Mais Longo Dos Dias’, de 1962, com John Wayne, Henry Fonda e Sean Connery, dirigido por Ken Annakin, Andrew Marton, Bernhard Wicki e Darryl F. Zanuck. Adaptação de um livro de mesmo nome de Cornelius Ryan que retrata, em forma de relatos, os diversos fronts da invasão da Normandia. O filme fez extremo sucesso pela grandiosidade e fidelidade das batalhas.
Não a toa, venceu o Oscar de Efeitos Especiais e Fotografia em Preto e Branco. Também foi indicado a Melhor Filme, Montagem e Direção de Arte em Preto e Branco.
Cena do filme ‘O Mais Longo dos Dias’. — Foto: Reprodução
Poucos anos depois, outros dois filmes dão destaque para o momento: ‘O Desafio das Águias’, de 1968; e ‘Patton’, de 1970. O primeiro como um thriller de dois soldados que invadem o Exército Alemão durante preparação para invasão. O elenco conta com Clint Eastwood e Richard Burton. Já o segundo como uma cinebiografia do general Patton, mas abordando como ele mudou completamente a estratégia da data.
Anos depois, já no fim dos anos 1990, Steven Spielberg faz outro marco sobre o Dia D: ‘O Resgate do Soldado Ryan’, de 1998. A produção ainda se destaca na temática por toda a cena de abertura ser justamente a invasão em uma das praias da Normandia. Muitos historiadores dizem que a obra serviu para trazer novamente à tona a data no imaginário mundial, especialmente pelo cineasta ter vencido em Melhor Direção.
Momento de ‘O Resgate do Soldado Ryan’. — Foto: Reprodução
Outros longas também retrataram o momento de formas variadas, como o recente terror de zumbis ‘Operação Overlord’, de 2018. Mas nenhum deles construiu de forma tão intensa o imaginário ocidental da operação quanto esses.