A defesa do compositor Toninho Geraes, que acusa a britânica Adele de plágio na música ‘Million Years Ago’, entrou com um pedido de investigação na Polícia Civil para que sejam apurados indícios de falsificação em procurações apresentadas à Justiça pela Universal, gravadora da canção. A notícia-crime aponta que há suspeita de falsificação da assinatura da cantora, o que implicaria, segundo a defesa, nos crimes de falsificação de documento, falsidade ideológica, uso de documento falso e fraude processual.
De acordo com o advogado Fredímio Biasotto Trotta, que representa Toninho Geraes, a procuração, que autoriza a Universal a representar Adele, contém “vestígios claros de adulteração”, com “rasuras e entrelinhas inseridas à mão”, e “divergência de assinaturas”, como mostra uma imagem que consta na notícia-crime, além de mistura de termos em português e inglês. Por isso, a defesa de Geraes pede, além da instauração do inquérito policial, a realização de uma perícia para esclarecer como as supostas modificações foram feitas – o que poderia até anular o processo, já que a Universal não estaria autorizada a “falar em nome de” Adele no Brasil. Além disso, os advogados da Universal deveriam ter apresentado a procuração em uma audiência judicial em dezembro, mas só o fez depois.
A defesa de Geraes também entrou com um pedido na Justiça de incidente de falsidade, um procedimento para se constatar a autenticidade de um documento. Foi solicitada também uma perícia para analisar os indícios de fraude.
A defesa de Toninho Geraes ainda aguarda resposta do pedido feitos à Polícia Civil e à Justiça, que está em recesso.
Procurada pela CBN, a Universal informou que não vai comentar o caso.
Relembre o caso
Em dezembro, a Justiça do Rio proibiu que a música ‘Million Years Ago’, de Adele, seja reproduzida, editada, distribuída ou comercializada no Brasil e no exterior por semelhanças com a música ‘Mulheres’, composta por Toninho Arraes e interpretada por Martinho da Vila. A decisão do juiz Victor Cunha, da 6ª Vara Empresarial da Capital, determinou que a faixa só pode ser utilizada com autorização do autor, sob pena de multa de R$ 50 mil. A Universal recorreu da decisão.