Um vídeo de uma atriz, Riley Reid, de 31 anos, viralizou novamente nas redes. Nele, ela conta como perdeu sua família devido à pornografia. “Muitas vezes, quando as pessoas me perguntam se deveriam fazer pornografia, eu digo ‘não’. Isso torna a vida muito difícil, em todos os aspectos”, declara.
Ao detalhar as consequências do mercado pornográfico em sua vida emocional e familiar, as falas de Riley retratam uma triste realidade. “Eu não falo mais com a minha mãe. Sinto falta de ter uma mãe. Eu não tenho mais esse relacionamento com ela. E isso me entristece. Me desanima muito”.
A jovem passa o mesmo com o pai. “Não tenho mais permissão para visitar meu pai. Sugeri tomarmos café e ele disse, ‘Eu não quero ser visto em público com você’. Aquele momento doeu muito”.
O resto da família também não quer se associar a ela. “Perdi minha família, não converso com meus irmãos ou irmãs”, diz a atriz, em lágrimas.
Falsa realidade
A ex-atriz de cinema adulto Lana Rhoades também compartilhou que se arrepende de ter feito pornografia e sente-se envergonhada. “Esses vídeos me dão vontade de vomitar”, confessa.
Esse são apenas dois exemplos de muitos outros que mostram a verdade desoladora daqueles envolvidos na indústria pornográfica. Embora os atores enfrentem as consequências de suas escolhas, é importante reconhecer que a sociedade e as redes sociais têm sua parcela de culpa. Afinal, com o aumento do incentivo ao lucro através do sexo e da pornografia em plataformas populares, vemos uma crescente exposição a esses conteúdos, sem considerar os danos emocionais, relacionais e sociais que isso acarreta.
Muitas personalidades já admitiram ter tido uma relação prejudicial com a pornografia. No entanto, ainda vemos uma produção contínua de material pornográfico. Atualmente, jovens são constantemente incentivados nas redes sociais a seguirem uma “carreira” na indústria do sexo. Os influencers, em fotos glamourizadas, contam ter ganhos financeiros expressivos, mas raramente mencionam as consequências negativas associadas.
“A disseminação de influenciadores que promovem o enriquecimento rápido em plataformas de conteúdo adulto é perigosa, especialmente para os jovens. Para protegê-los, é essencial promover uma educação sexual abrangente, abrindo diálogo sobre sexualidade, relacionamentos saudáveis e bem-estar emocional, e encorajando a crítica e reflexão sobre os padrões de beleza e a influência negativa da indústria pornográfica”, explica a psicóloga Cláudia Melo.
Tanto os atores quanto os consumidores de pornografia vivenciam danos devastadores. Índices alarmantes de problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade, suicídio e uso do álcool e outras drogas, são frequentemente associados ao trabalho na indústria pornográfica. Estudos feitos na Universidade de Cambridge já descobriram que a pornografia tem o mesmo efeito no cérebro que o alcoolismo e a cocaína. E cada vez mais as descobertas são muito negativas.
“Na minha clínica, noto um aumento significativo de viciados em pornografia, e não apenas isso, viciados no dinheiro que a pornografia pode gerar. Isso não é apenas uma questão moral, é uma questão de saúde pública”, observa o médico psicanalista, Artur Costa.
Vencendo a ilusão
Infelizmente milhares de pessoas são vítimas da publicidade enganosa que promove a pornografia. Em um contexto em que a hipersexualização e o fácil acesso à pornografia são predominantes, é essencial discutir os riscos associados. Devemos combater a exploração, a objetificação e a violência presentes na indústria pornográfica, e promover uma cultura de respeito e igualdade para todos os indivíduos.
A indústria pornográfica não está nem aí para a nossa vida, o negócio é dinheiro e ponto. Não só explora a nudez e o sexo, como corrompe as pessoas, destruindo suas mentes. Afinal de contas, se realmente fosse algo bom, não seria estimulado a ser consumido escondido, não é mesmo?
A imagem distorcida e glamourizada da sexualidade promovida pela indústria pornográfica gera expectativas irrealistas e prejudiciais em relação ao sexo e aos relacionamentos. É preciso ser inteligente para cair fora deste mercado que só destrói vidas, mentes e relacionamentos, ou então arcar com as consequências.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.