Criminosos tem usado aplicativos de relacionamento direcionados ao público gay para marcar encontros falsos e realizar assaltos na Zona Sul de São Paulo.
Várias denúncias vieram a tona após a morte de Leonardo Rodrigues Nunes, de 24 anos, na semana passada no bairro Sacomã. A polícia ainda tenta localizar os suspeitos do latrocínio. O jovem foi enterrado neste fim de semana. Familiares e amigos afirmam que ele foi vítima de crime de ódio e homofobia.
Cerca de um mês atrás, o analista Ítalo Dantas quase caiu no golpe na mesma rua onde Leonardo foi baleado.
A Secretaria de Segurança Pública informou que houve aumento dos casos de violência contra a comunidade LGBTQIAPN+, mas não deu detalhes de quanto foi a alta.
Casos de assaltos parecidos com o do Leonardo já vinham acontecendo desde o começo do ano.
Um deles ocorreu com este jovem, que preferiu não se identificar. Ele relata a falta de auxílio da polícia.
O modus operandi dos assaltos é igual na maioria dos casos. Os golpistas usam perfis falsos nas redes Grindr e Hornet, começam a conversar com as vítimas e marcam encontros no Sacomã. Em muitos casos, eles sugerem pedir a corrida de aplicativo. Quando a vítima chega ao lugar marcado, dois homens em uma moto a abordam armados. Eles levam carteira, documentos e o celular desbloqueado.
Parte das vítimas relata receio de procurar as delegacias por medo de sofrer homofobia ou por descrença de que a denúncia será investigada.
A Secretaria de Segurança Pública afirmou investigar os golpes por aplicativos. Também reforçou a importância do registro de boletins de ocorrência. E disse estar a disposição das vítimas -em qualquer delegacia ou de forma virtual.