Esporte que se revelou como a verdadeira chave para superar a situação e abandonar os remédios
Já pensou em correr as seis principais maratonas do mundo? Mãe, engenheira sanitarista e ambiental, atleta amadora e influenciadora digital, Tatiane Bérgamo atingiu este feito recentemente. A corredora de Mato Grosso do Sul cravou seu nome como uma das seletas brasileiras a conquistar a Mandala Six Majors, condecoração exclusiva conferida apenas aos maratonistas que completam as provas de 42,195 quilômetros de Berlim (Alemanha), Tóquio (Japão), Londres (Inglaterra), Nova Iorque, Boston e Chicago (Estados Unidos), considerada as mais tradicionais do planeta.
Apesar de ter nascido em Itumbiara, no interior de Goiás, Tatiane é sul-mato-grossense de coração. Hoje com 38 anos de idade, a engenheira mora em Mato Grosso do Sul há 36. Primeiro, residiu em Naviraí e depois em Campo Grande, para ingressar na universidade. Sua relação com o esporte começou em 2010. Após o nascimento de seu primeiro filho, Tatiane enfrentou uma batalha contra a depressão pós-parto, levando-a a buscar alternativas para sua saúde mental. Por recomendação médica, junto a sessões de terapia e medicamentos, ela encontrou no esporte uma forma de lidar com seus desafios.
Inicialmente hesitante em depender apenas de remédios, foi a prática esportiva que se revelou como a verdadeira chave para superar a situação e abandonar os remédios. A corrida se tornou sua aliada, proporcionando-lhe bem-estar desde os primeiros passos, começando com caminhadas e, gradualmente, evoluindo para corridas. “Eu já fazia musculação, mas precisava de um esporte que me ajudasse na produção hormonal da serotonina, endorfina, que é tão importante para o bem-estar da nossa saúde mental e psicológica. Foi aí que comecei a caminhar com o meu filho ainda bem pequeno e fui me apaixonando cada vez mais pela corrida e nunca imaginei que chegaria a fazer uma maratona”, relata.
Em Foz do Iguaçu (PR), ela encarou sua primeira meia maratona (21 km) nacional, marcando o início de sua jornada em provas de longa distância. Já a estreia internacional ocorreu em Paris, em 2012. Surpreendentemente, apenas três anos depois, em 2015, decidiu desafiar-se ainda mais, dobrando a distância e participando da Maratona de Berlim daquele ano.
A partir daí não parou mais e o sonho de faturar a Mandala Six Majors veio à tona: Nova Iorque (2016), Chicago (2017), Boston (2018), Londres (2019) e, por fim, Tóquio (2024), agora em março. “Era para ser uma por ano, mas a pandemia não deixou. Cheguei a migrar para o ciclismo e quase abandonei a busca pela Mandala, mas depois me encorajei e, após cinco anos sem maratona, voltei e fiz Tóquio”, revela Tatiane.
Concluir as maratonas foi a realização de um sonho para a atleta amadora. “Falo isso porque ela entrou num momento difícil e de dor, mas que, de alguma maneira, depois trouxe essa grande alegria que é me tornar maratonista”, destaca. Hoje, por meio das redes sociais, Tatiane procura inspirar pessoas a alcançarem seus objetivos. “Meu maior ganho, minha maior medalha, meu maior troféu é sempre poder levar muitas pessoas comigo. Influenciar pessoas para o bem, para o esporte, para o bem-estar, para a corrida e ter o impulsionamento delas também, porque talvez eu não seria talvez de tudo isso sem essas pessoas que estão comigo”.