O corpo da mulher de 31 anos morta por bala perdida na quinta-feira (28), em Santos, São Paulo, foi enterrada neste sábado (30) no Cemitério Municipal da Areia Branca. Edneia Fernandes Silva era mãe de seis filhos – Pietro, Benjamin, Beatriz, Kayla, Ana e Kauê.
Edneia era evangélica e frequentadora dedicada da igreja e de eventos religiosos. Adora ouvir música gospel e havia sido batizada em novembro de 2023. Ela trabalhou como cabeleireira, trancista, maquiadora e esteticista e sonhava em ser enfermeira. O irmão dela, Edmilson Santos, lembra de Edneia com muito carinho e conta que era ela que unia a família.
A praça em Santos, no litoral sul, fica a poucos metros de onde o soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo foi morto em fevereiro. O assassinato do policial da tropa de elite desencadeou a fase mais letal da Operação Verão, da Polícia Militar. 54 pessoas foram mortas por agentes da operação.
Os policiais envolvidos na morte de Edneia não faziam parte da operação, mas o ouvidor da polícia de São Paulo, Claudio Silva, associou o caso à violência da ação.
A Ouvidoria da Polícia pediu as imagens das câmeras corporais dos agentes. Também pediu que a Polícia Civil busque imagens de câmeras de segurança que possam ter registrado a morte de Edneia.
A Secretaria de Segurança não respondeu o questionamento da CBN se eles estavam com as câmeras, nem se os dispositivos estavam ligados e gravaram o episódio, mas a ouvidoria já entrou com o pedido devido à dificuldade de obter gravações em outras mortes na Baixada Santista.
Versões da PM e da família sobre mulher baleada
A Secretaria de Segurança de São Paulo alega que houve um confronto entre policiais militares e suspeitos no momento em que Edneia foi atingida.
Segundo o órgão, policiais militares patrulhavam a região quando viram dois homens em uma moto em alta velocidade. Os PMs afirmaram que eles ignoraram a ordem para pararem e atiraram cinco vezes contra a equipe, que revidou.
A família de Edneia contesta a versão. Parentes dizem que houve só um disparo, feito por um policial.
A polícia ainda não encontrou os suspeitos, mas a moto usada por eles foi apreendida, assim como a arma do policial.
A Secretaria de Segurança afirma que investiga com rigor a morte de Edneia. A pericia já foi realizada, mas os laudos ainda não foram concluídos.