Com o avanço da medida que taxa em 20% as compras internacionais de até 50 dólares, consumidores têm buscado cada vez mais informações sobre a possível futura cobrança e corrido contra o tempo para fazer compras em sites como os chineses Shein e Aliexpress — antes que as “blusinhas” fiquem mais caras. Ouça a reportagem completa abaixo:
De acordo com dados do Google Trends, ferramenta que reúne dados sobre buscas no Google, desde que a taxação entrou em pauta no Congresso, as pesquisas envolvendo nomes das gigantes das vendas internacionais tiveram aumentos expressivos neste mês.
No momento de publicação da reportagem, a busca por “votação taxação Shein”, por exemplo, registrava um aumento de 5000%. A pergunta “taxação Shein a partir de quando?” cresceu 1950%. Já a pesquisa por “Shopee” cresceu quase 2000%.
Com o frio chegando, a busca por “casaco feminino”, teve aumento de 130%. A Coordenadora pedagógica Katia Vieira Jorge correu pra comprar itens de inverno antes que sejam taxados. “A gente sabe que quando começa essa estação do ano aqui os produtos todos sobem de preço por causa da especulação do mercado. E agora o que nos resta é voltar para o crediário, comprar à prestação nas lojas do mercado interno.”
O texto da taxação deve voltar a ser apreciado por deputados federais na próxima terça-feira (11), e a partir da aprovação o presidente Lula tem 15 dias para sancionar ou vetar a lei.
Nas redes sociais, há quem diga que, mesmo com a taxação vai continuar comprando nos sites estrangeiros. Por outro lado, para muita gente, a incidência do imposto vai tornar a compra inviável. É o caso de Thennilli Pinheiro dos Reis, que tem um filho de um ano e nove meses. Ela conta que suas compras na gigante chinesa Shein se constituem principalmente em roupas de bebê, que considera muito caras fora do site. “Eu compro muito body, muita roupinha de natação, e eu estou correndo para fazer essa compra o quanto antes para não ser taxada, porque eu sei que a partir da hora que tiver essa taxação vai ficar muito mais caro e não vai mais valer a pena.”
De acordo com o Google Trends, os estados que mais buscam pelos nomes de sites estrangeiros são, respectivamente, Rondônia, Tocantins e Piauí. São Paulo e Rio de Janeiro aparecem nas posições 22 e 25.
O que dizem as lojas
Varejistas nacionais alegam concorrência desleal ao defenderem a taxação.
Em nota, a Shopee afirmou que tem posicionamento favorável ao imposto de importação de 20%, já que 90% das vendas da empresa no país são de vendedores nacionais.
O Aliexpress afirma que a medida vai impactar de forma negativa a população brasileira, principalmente aqueles de classes mais baixas, que deixarão de ter acesso a uma ampla variedade de produtos internacionais.
Procurada, a Shein ainda não se manifestou.