A balança comercial do Brasil registrou um superávit de US$ 74,55 bilhões em 2024 – o que representa uma queda de 24,6% em relação ao ano passado, quando o saldo positivo alcançou US$ 98,9 bi, recorde histórico. É também o menor superávit desde 2022, quando a balança fechou com US$ 61,5 bilhões.
O desempenho da balança comercial foi impactado principalmente pelo aumento nas importações, que cresceram 7,7% em relação a 2023. As exportações somaram US$ 337 bilhões, apresentando uma queda de 2% pela média diária, enquanto as importações totalizaram US$ 262 bilhões.
Entre os produtos mais exportados, destaque para os óleos brutos de petróleo e a soja, que somaram mais de US$ 87 bilhões, mesmo com queda no envio de remessas em relação ao ano anterior.
A piora no superávit da balança comercial tem contribuído para o aumento do rombo nas contas externas do Brasil, que somaram US$ 46,8 bi entre janeiro e novembro de 2024. Em comparação com o mesmo período de 2023, quando o déficit foi de US$ 18,9 bi, o crescimento desse déficit foi expressivo.
Mesmo com o aumento do rombo nas contas externas, os investimentos estrangeiros diretos têm ajudado a cobrir a diferença. Até novembro de 2024, o Brasil recebeu US$ 68 bi em investimentos, um aumento em relação ao ano anterior.
Para Herlon Alves Brandão, diretor do departamento de planejamento e inteligência comercial do ministério do desenvolvimento, esses recursos têm sido fundamentais para financiar o déficit nas transações correntes do país.
“Menor oferta, é basicamente isso, né? Você tem a soja e o milho, que são os principais produtos agropecuários exportados. Tem o café também, que é bastante relevante e foi o principal produto da agricultura exportado no mês. Já o milho apresentou uma redução de 33,5% e a soja de 57,1%. Tivemos uma safra menor em 2024, em relação à anterior, e menor disponibilidade dos produtos”, explica.
Para 2025, o Ministério do Desenvolvimento projeta que o superávit da balança comercial ficará entre US$ 60 bi e US$ 80 bi. As expectativas para as exportações variam entre US$ 320 bi e US$ 360 bi, enquanto as importações devem somar entre US$ 260 bi e US$ 280 bi de dólares.