Com a greve dos servidores do INSS prestes a completar uma semana e atingindo unidades de pelo menos 20 estados, o tempo médio para concessão de benefícios deverá aumentar. Segundo o Portal da Transparência Previdenciária, em junho 80% dos pedidos eram analisados em até 90 dias, ainda que esse prazo possa ser maior. No mês passado, a fila do Instituto tinha UM MILHÃO E 300 MIL solicitações em análise.
O movimento grevista impacta a concessão de benefícios como aposentadorias, pensões e Benefício de Prestação Continuada, de recursos e revisões, além dos atendimentos presenciais, com exceção das perícias médicas – os médicos peritos não aderiram à greve. O pente-fino em auxílios que estejam sendo pagos de forma duplicada ou a pessoas que não precisam mais, e com o qual o governo esperar deixar de desembolsar R$ 9 bilhões e contribuir com o cumprimento da meta fiscal para 2025, também é afetado, de acordo com a diretora da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores do INSS, Viviane Peres.
“Certamente haverá impacto. O nosso interesse é voltar ao trabalho o mais rápido possível. A greve é um instrumento de defesa do trabalhador, mas também da Previdência Social pública”, disse.
Na próxima quarta-feira, a categoria tem reunião com o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. A reivindicação dos grevistas é por reajuste salarial de 33% até 2026, melhores condições de trabalho e valorização dos técnicos do seguro social, com exigência de curso superior para ingresso na carreira.
Até o momento, ocorreram quatro reuniões entre o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos representantes sindicais, mas os servidores exigem uma mesa específica de negociação. No encontro da última terça-feira, o governo afirma ter apresentado proposta com ganho acumulado de 28,7% em quatro anos. A Federação que representa os trabalhadores considera a proposta insuficiente.