As autoridades da Chechênia anunciaram a proibição de músicas que considerem muito rápidas ou lentas.
O ministro da Cultura, Musa Dadayev, anunciou a decisão de limitar todas as composições musicais, vocais e coreográficas a um ritmo que varia de 80 a 116 batidas por minuto (bpm) em uma reunião na sexta-feira (5), informou a agência estatal russa TASS.
“(Eu) anunciei a decisão final, acordada com o chefe da República Chechena Ramzan Akhmatovich Kadyrov, de que a partir de agora todas as obras musicais, vocais e coreográficas devem corresponder a um andamento de 80 a 116 batidas por minuto”, disse Dadayev, de acordo com a TASS.
De acordo com a diretiva de Kadyrov, a região russa garante agora que as criações musicais e de dança chechenas se alinhem com a “mentalidade e ritmo musical checheno”, com o objetivo de levar “ao povo e ao futuro dos nossos filhos a herança cultural do povo checheno”, acrescentou Dadayev.
A proibição significará que muitas músicas de estilos musicais como pop e techno serão banidas.
A Chechênia fica na região do Norte do Cáucaso, entre o Mar Cáspio e o Mar Negro.
É uma república quase inteiramente muçulmana, que inclui parte da fronteira da Rússia com a Geórgia.
Kadyrov é líder desde 2007 e usou seu tempo no cargo para reprimir qualquer forma de dissidência.
Também houve relatos de ondas de violência contra homens gays.
No início de 2017, peritos em direitos humanos das Nações Unidas instaram as autoridades a investigar alegações de que homens homossexuais estavam sendo alvo de ataques e detidos, e os meios de comunicação locais relataram que alguns tinham sido assassinados devido à sua sexualidade.
Outra onda de perseguição anti-LGBT foi relatada em Janeiro de 2019, quando ativistas afirmaram que dezenas de homens e mulheres foram detidos e pelo menos dois morreram sob custódia.
Em resposta, Kadyrov disse que não havia gays em sua república e que, se houvesse, deveriam ser retirados da região.
O líder pró-Kremlin também subjugou o movimento separatista checheno que lutou pela independência da Rússia durante quase duas décadas.
Em julho de 2020, o Departamento de Estado dos EUA sancionou Kadyrov pelo seu “envolvimento em graves violações dos direitos humanos”.
De acordo com uma declaração do então secretário de Estado Mike Pompeo, o departamento tem “extensa informação credível” sobre a responsabilidade de Kadyrov “por numerosas violações graves dos direitos humanos que remontam a mais de uma década, incluindo tortura e execuções extrajudiciais”.
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
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