Centenas de colonos israelenses cercaram aldeias palestinas e atacaram residentes em toda a Cisjordânia, disseram testemunhas à CNN. Isso aconteceu depois que um menino israelense desaparecido de um assentamento foi encontrado morto.
O corpo de Binyamin Achimair, de 14 anos, foi encontrado na área de Malachei Ha’Shalom. Militares israelenses afirmaram que o garoto foi morto em um “ataque terrorista”.
Ainda não está claro qual foi a causa da morte, e as Forças de Defesa de Israel (FDI) ainda não forneceram provas de que o caso se trata de fato de um “ataque terrorista”. A CNN entrou em contato para mais informações.
Vídeos obtidos pela CNN mostram colonos incendiando casas e carros na aldeia de Duma, a sudeste de Nablus. As imagens mostram uma forte fumaça tomando o ar, enquanto os colonos fizeram disparos na área. Testemunhas disseram que os colonos invadiram as casas das pessoas, resultando em confrontos com os palestinos.
Em um vídeo gravado em Duma obtido pela CNN, um homem descreveu a situação como uma “guerra de rua”.
Vídeos nas redes sociais mostram confrontos entre palestinos e colonos nas aldeias de Deir Dibwan e Beitin, a leste de Ramallah. Os palestinos são vistos atirando pedras contra os colonos e veículos militares israelenses disparando gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
Os últimos ataques de colonos ocorrem um dia depois de um ataque em grande escala na aldeia de Al-Mughayyir, a leste de Ramallah, que deixou um palestino morto, durante a busca por Achimair. Cerca de 25 outras pessoas também ficaram feridas no tumulto, de acordo com o Ministério da Saúde palestino em Ramallah.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que as autoridades estavam procurando quem matou Achimair.
“O abominável assassinato do menino Binyamin Achimair, que Deus vingue seu sangue, é um crime grave. Envio as minhas mais sinceras condolências à sua família”, disse o gabinete do primeiro-ministro israelense em um comunicado. “As forças da FDI e do Shin Bet estão em uma extensa perseguição aos desprezíveis assassinos e a todos aqueles que cooperaram com eles”, continuou.
O primeiro-ministro disse que as forças de segurança israelenses realizam “intensas atividades operacionais e de inteligência” na área e nas aldeias palestinas e pedem que os cidadãos de Israel liberem caminho para que “façam o trabalho sem impedimentos”.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, pediu no sábado (13) ao público que evite fazer justiça com as próprias mãos.
“Apelo ao público, que deixem as forças de segurança agirem rapidamente na caça aos terroristas – as ações de vingança dificultarão a missão dos nossos combatentes – a lei não deve ser feita com as próprias mãos”, disse Gallant em uma publicação no X.
Vídeos obtidos pela CNN mostram o aumento da presença militar israelense em um posto de controle perto da cidade de Sinjil, a nordeste de Ramallah.
O Crescente Vermelho Palestino disse em comunicado no sábado que mais de uma dúzia de palestinos chegaram a hospitais em toda a Cisjordânia, a maioria feridos por tiros.
A violência tem aumentado na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém oriental desde os ataques de 7 de outubro. O Ministério da Saúde palestino em Ramallah afirma que pelo menos 462 palestinos foram mortos pelas forças israelenses ou em ataques de colonos.
*Com informações de Lauren Izso e Chris Liakos, da CNN.
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
versão original