O Catar está em contato com a nova administração de Trump após ver um novo espaço para as negociações de um acordo de cessar-fogo em Gaza, declarou o Primeiro-Ministro e Ministro das Relações Exteriores do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, neste sábado (7).
A guerra em Gaza acontece há mais de 14 meses, com grande parte do território devastado e mais de 44 mil palestinos mortos, informam autoridades de saúde da Faixa de Gaza.
Enquanto forças israelenses continuam sua campanha para acabar com o Hamas e recapturar os reféns feitos pelo grupo militante.
O enviado de Donald Trump ao Oriente Médio viajou para o Catar e Israel, dando início ao esforço diplomático do presidente eleito dos EUA para um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns. O movimento acontece antes de sua posse, em 20 de janeiro, afirmou uma fonte próxima às negociações.
“Temos visto muito incentivo da nova administração para chegar a um acordo antes mesmo do presidente assumir o cargo, isso realmente nos fez (tentar) mover as coisas de volta e (tentar) colocá-las nos trilhos. Temos nos engajado nas últimas semanas”, explicou Al Thani em uma conferência em Doha.
Steve Witkoff, que assumirá oficialmente a posição de enviado na administração Trump, se encontrou separadamente no final de novembro com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e Al Thani, contou a fonte.
Guerra continua
Enquanto o Catar planeja retomar as negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas, os ataques em Gaza continuam.
Uma nova ofensiva israelense matou pelo menos 20 palestinos neste sábado (7), comunicaram autoridades locais de saúde.
O exército de Israel não comentou imediatamente sobre os ataques relatados na Cidade de Gaza e Rafah.
Ao menos oito civis foram mortos, segundo moradores e médicos. Não ficou claro se o restante das vítimas eram combatentes, a Reuters não conseguiu verificar os números de forma independente.
Um homem palestino foi morto a tiros por forças israelenses em um posto de controle na Cisjordânia ocupada, neste sábado (7), relatou a Sociedade Palestina do Crescente Vermelho.
A polícia afirma que um segurança disparou depois que o homem atirou fogos de artifício nas forças do local, também disseram que uma faca foi encontrada com ele.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
A população israelense faz protestos constantes contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertos.