A Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro vai ouvir o miliciano Orlando Curicica no inquérito sobre a conduta dos agentes citados no caso Marielle. O delegado e ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, o delegado Giniton Lages e o comissário Marcos Antônio de Barros serão investigados pela corporação.
Orlando Oliveira de Araújo foi o principal suspeito de ser o mentor do assassinato da vereadora Marielle Franco nos primeiros meses de investigação, ainda em 2018. Na época, o miliciano acusou Rivaldo Barbosa de receber propina para sabotar investigações. O delegado e os outros policiais da Delegacia de Homicídios da Capital foram citados no relatório da Polícia Federal que determinou a prisão dos mandantes do crime no último domingo.
Por conta do relatório, a Polícia Civil abriu um inquérito da Corregedoria do órgão e afirmou que Orlando será ouvido.
Mesmo assim, a corporação afirmou que o criminoso é chefe de uma milícia e foi preso pela Delegacia de Homicídios, e, portanto, teria interesse em desqualificar o trabalho da unidade. Eles também disseram que a declaração de Curicica, por si só, tem pouco ou nenhum crédito se não tiver outros elementos que provem as afirmações.
Rivaldo Barbosa foi preso no domingo, suspeito de ser um dos mentores da execução da vereadora e de obstruir as investigações do caso. Segundo a delação de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle, foi Rivaldo quem confirmou para Domingos Brazão que o crime ficaria impune. Brazão e seu irmão, Chiquinho, também foram presos no último domingo, suspeitos de serem mandantes do crime.
Já os outros dois policiais investigados no inquérito da Polícia Civil, Giniton e Marcos Antônio, teriam ajudado Rivaldo a obstruir as investigações.
A defesa de Barbosa disse que seu cliente não obstruiu as investigações das mortes de Marielle e Anderson e que foi durante sua administração que Ronnie Lessa foi preso. Já Giniton Lages enviou nota afirmando que durante o tempo em que presidiu o inquérito policial, realizou todas as diligências necessárias à elucidação do caso Marielle. A CBN não conseguiu contato com a defesa de Marcos Antônio.