Para Caio Bonfim, a conquista dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, “não é só sobre medalha, mas ver que está inspirando pessoas”. Medalhista de prata na Marcha Atlética de 20km na Olimpíada de Paris, o atleta é o convidado do programa Fim de Expediente desta sexta-feira (4).
Em conversa com Dan Stulbach, José Godoy e Luiz Gustavo Medina, Bonfim relembra a conquista na Olimpíada, falou mais sobre a modalidade e compartilhou momentos importantes da carreira. Caio Bonfim começou no mundo do esporte aos 5 anos de idade e, na Marcha Atlética, aos 16 anos, em 2007.
Caio Bonfim já participou de quatro Olímpíadas. No Rio 2016, por exemplo, ele perdeu por apenas 5 segundos.
“Até hoje tento encontrar o ponto-chave nesses cinco segundos. Esse fantasma me assombra até a linha de chegada só, mas quando eu saio na rua e vejo o carinho das pessoas no Rio de Janeiro e quando volto na minha cidade e marcho na rua sem piadinha… É uma medalha que eu tenho que não está na prateleira”, lembra. “Esse quarto lugar tem lugar especial para mim, tenho orgulho. O tempo foi de 1h19m42s. Fui o primeiro cara a fazer abaixo de 1h20 e não ganhar uma medalha olímpica”.
Treinado pelos pais, também atletas, o menino de Sobradinho, cidade satélite de Brasília, revela como se mantém atento nos quilômetros.
“Quando você treina, automatiza aquilo, o ambiente fica controlado, automatizado, para pensar em outras coisas. Gosto de criar pequenos objetivos durante a prova para ficar focado”, explica.
A marcha atlética tem duas regras: não pode tirar os dois pés do chão ao mesmo tempo. Se infringir, o árbitro te dá uma falta (falta de flutuação). A segunda regra é que quando o atleta coloca uma perna no chão, ela precisa estar totalmente esticada, por isso o movimento do quadril. A competição costuma ter de seis a oito árbitros.
Os ouvintes da CBN que interagiram por meio da live no YouTube e do WhatsApp da rádio perguntaram como está a vida pós-olimpíada de Caio Bonfim, que ressalta a importância do carinho dos brasileiros.
“A vida pós-medalha tem sido ótima. Me preparei a vida toda pra isso: tirar fotos com as pessoas, receber carinho, palavras de agradecimento, pertencimento… isso agrega muito para o valor do esporte. Não é só sobre a medalha, mas ver que você está inspirando pessoas”, destaca.
Para o atleta, a tecnologia poderia auxiliar a realização da prova.
“Depois da Inteligência Artificial, acho que uma câmera seria bom. Ela consegue pegar 40 pessoas passando e, com software, captar quem pisa fora. E o árbitro qualificado olhando. A tecnologia iria ajudar e enriquecer a prova”, analisa.
Bonfim também responde sobre ajuda financeira, sobretudo em um contexto em que a pista onde treina, em Sobradinho, virou notícia pela falta de estrutura do local.
“Sobre patrocínio, hoje, não tenho nada assinado. Mas a visibilidade tem ajudado bastante. O atletismo é um esporte barato para ser praticado. Fazer uma pista não é barato. Estamos conversando para montar estruturas que permaneça ali, e numa troca de governo não caia no esquecimento. Estamos trabalhando para fomentar o atletismo no Distrito Federal”, garante.