A cadeirada de José Luiz Datena em Pablo Marçal já está sendo explorada nas propagandas de rádio e TV dos candidatos à Prefeitura de São Paulo.
A candidata do PSB, Tabata Amaral aposta no recorte de gênero, e se coloca como o contraponto aos adversários homens, após as brigas nos debates. O horário eleitoral da candidata mostrou a cadeirada e exibe cenas de ofensas proferidas pelos candidatos homens desde o primeiro debate – incluindo xingamentos feitos por Ricardo Nunes, do MDB, e Guilherme Boulos, do PSOL.
Tabata aparece logo na sequência dizendo que os adversários são “marmanjos se xingando”. E desqualifica a capacidade deles de cuidar “do que é importante”, como médico no posto, vaga na creche e professor na escola. A candidata vai melhor no eleitorado feminino. Segundo o DataFolha da última semana, ela tem 10% das intenções de voto entre as mulheres; e 7% entre os homens.
Tabata não foi a única a explorar a cadeirada na propaganda eleitoral. Datena levou pro rádio a agressão contra Marçal. Mas, diferente de Tabata, ele foca nos homens. Na inserção do PSDB, um locutor pergunta o que o eleitor faria se fosse ofendido na TV, na frente de telespectadores e da família. Depois, a propaganda mostra o áudio da provocação de Marçal dizendo que Datena “não é homem”. A peça encerra defendo que o tucano fez o que o eleitor faria nessa situação.
Outro que explorou a cadeirada no rádio foi Ricardo Nunes. Uma inserção do MDB traz o áudio do prefeito dizendo que é preciso “ter equilíbrio pra cuidar de uma cidade de doze milhões de pessoas”. Ele ainda argumenta que um prefeito precisa ter serenidade e equilíbrio.
Apesar da publicidade de Nunes, ele protagonizou um dos momentos mais tensos do debate de hoje. Nunes discutiu aos gritos com Pablo Marçal após o influenciador citar uma acusação contra Nunes e a mulher dele de 2014 sobre uma briga de condomínio e associar o candidato à reeleição a violência doméstica – algo que o emedebista refuta.
A campanha de Guilherme Boulos, por outro lado, não vai explorar o episódio na propaganda eleitoral. O candidato do PSOL tem focado em atacar em Ricardo Nunes, mas não pretende usar nas publicidades nem a discussão de hoje entre Marçal e Nunes.