Duke embarcou no veículo da Mobily Pets na noite de 5 de novembro, em Manaus, com destino à capital de Mato Grosso do Sul. Uma viagem de três mil quilômetros. A família confiava que, durante o transporte o animal, receberia os cuidados básicos e que foram contratados: alimentação, passeios diários e conforto.
Mas, segundo a tutora Ericka Castro, que é estudante de odontologia, o cachorro não foi retirado da caixa transportadora, nem mesmo para fazer suas necessidades. Além disso, ela e os familiares tiveram dificuldades para fazer contato com a empresa durante o deslocamento de Duke, que começou na terça-feira:
“No outro dia eles ficaram sem falar. Quando foi na quarta, minha mãe à noite mandou mensagem e o motorista não recebeu. Na quinta, ela já perguntou de novo, mais ou menos umas cinco horas, e eles falaram que ele não tinha comido, e aí ela pediu para que tentasse dar comida, tirar ele com calma, tentar tirar ele, e aí fazer todo o procedimento, porque eles tinham que ter preparo para tirar o cachorro, porque a única coisa que eles alegam é que o cachorro era agressivo, mas eles não tinham preparo nenhum para tirar o cachorro de dentro da caixinha. E ele estava todos esses dias ficando preso, sem poder sair, sem poder fazer as necessidades, sem poder fazer nada.”
Ericka conta ainda que, três dias depois do embarque, quase na metade do trajeto, o funcionário da empresa ligou do interior do estado de Rondônia e relatou que a situação de Duke teria se agravado.
“Foi na sexta, duas e cinquenta, eles já mandam um áudio dizendo para minha mãe que o Duke estava latindo muito e depois ficou ofegante, sendo que no atestado de óbito do Duke, fala que ele deu entrada às quinze horas e o cachorro já estava morto. Ou então, provavelmente, no momento que ele mandou esse áudio para minha mãe, o cachorro já estava morto.”
A família afirmou que, para garantir o bem-estar do cachorro durante a longa viagem, pagou um valor superior ao que custaria o transporte aéreo. E escolheu a transportadora terrestre especializada em pets acreditando que seria mais seguro para Duke, já que ele era um cão de grande porte.
A empresa Mobily Pets, responsável pelo transporte, só se pronunciou pelas redes sociais. Alegou que não retirou Duke da caixa por causa de um suposto comportamento agressivo, que não teria sido informado pela família. A transportadora afirmou ainda ter dado todo o suporte possível durante a viagem.
Mas a tutora nega essa versão e critica a falta de preparo da empresa para lidar com situações adversas.
“Era muito dócil […] nós estamos acionando a Justiça, para que não repita com outros animais.”