O pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), prometeu que 50% do secretariado de sua gestão, caso eleito, será formado por mulheres.
O anúncio foi feito pelo deputado federal e pela pré-candidata a vice, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), em um evento nesta manhã, na Avenida Paulista, Centro de São Paulo, que marcou o Dia Internacional da Mulher.
O ato teve a presença de empresárias, empreendedoras, deputadas, vereadoras e lideranças políticas.
“Hoje, nós temos menos de um terço das secretarias de São Paulo dirigidas por mulheres. O combate ao machismo, à violência contra a mulher – e aqui nós falamos hoje de um conjunto de políticas que começamos a discutir com as mulheres da cidade, políticas de valorizar o trabalho de cuidados, o empreendedorismo feminino e de garantir igualdade salarial, de criar uma rede proteção, mas também de garantir a participação política. Para que não seja apenas um governo para as políticas para as mulheres, mas que seja também um governo protagonizado por lideranças femininas.”
O deputado federal também falou que a Polícia Federal vai ouvir suspeitos de fazer ameaças de morte contra ele.
Segundo Boulos, algumas das ameaças vieram de policiais do Estado de São Paulo. Ele relembrou o caso da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018 no Rio de Janeiro, e disse que “não vai pagar pra ver” ao comentar que tomou medidas para reforçar a segurança.
“Eu estou tomando as precauções de segurança devida. Já utilizando carro blindado com uma equipe de segurança mais robusta. Sabemos que a turma da extrema-direita no Brasil não tem limite. Nós vimos o que aconteceu com Marielle Franco em 2018. Sabemos do aumento do índice de violência política no Brasil. Nos vimos o clima de animosidade, sobretudo, vindo da extrema-direita na eleição de 2022. Nós não vamos pagar pra ver. O que nós vamos fazer é confiar que a PF faça a investigação”, contou.
Marta destaca experiência como prefeita
Em discurso no evento na manhã desta sexta-feira (8), Marta Suplicy relembrou seu legado à frente da prefeitura, como a criação dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) e o Bilhete Único.
Ela disse ainda que a paridade no secretariado é essencial para uma gestão que pense em políticas públicas mais inclusivas.
Marta também citou Luiza Erundina (PSOL), lembrou que a deputada foi a primeira mulher a ocupar a prefeitura de São Paulo, entre 1989 e 1992, e destacou ações da gestão dela.
As declarações foram um aceno de Marta a Erundina que, nos bastidores, demonstrou não ter concordado com a escolha de Marta como vice de Boulos.A deputada, inclusive, não participou do evento de filiação da ex-prefeita ao PT.
Marta e Boulos tentaram demonstrar unidade e citaram que têm trabalhado em conjunto na construção do programa de campanha.
Críticas de Tabata
A jornalistas, o pré-candidato comentou as críticas da pré-candidata Tabata Amaral (PSB) que questionou se era “erro ou safadeza” o fato de não ter sido citada em uma postagem de Boulos nas redes sociais sobre os resultados de uma pesquisa eleitoral.
O deputado justificou que comparou o desempenho dele apenas ao dos candidatos bolsonaristas, o que não seria o caso dela, e disse ter “muito respeito” pela deputada.