A Polícia investiga se Deise Moura dos Anjos provocou a morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro de 2024. Ela foi presa, no último domingo (5), por suspeita de envenenar o bolo que causou a morte de três pessoas no litoral norte do Rio Grande do Sul. Deise é nora da mulher que preparou a sobremesa, Zeli dos Anjos, que permanece internada.
Paulo morreu com sintomas de intoxicação alimentar três meses antes do caso de envenenamento. Nesta quarta-feira (08), o corpo dele foi exumado e passou por análise do Instituto Geral de Perícias. A previsão é que os resultados dos exames fiquem prontos até a próxima semana, quando será possível saber se Paulo também foi vítima de algum tipo de substância tóxica.
A busca por arsênico, veneno encontrado na farinha usada na preparação bolo, deve facilitar o trabalho pericial. Por ser um metal, a substância pode ficar no corpo por mais de um ano após a morte.
Em agosto de 2024, Deise teria levado bananas e leite em pó para a casa dos sogros antes deles passarem mal. Paulo Luiz dos Anjos morreu dois dias depois por intoxicação alimentar. Segundo relatos de testemunhas, nesse mesmo mês, houve uma tentativa de reconciliação na família, quando a suspeita e o marido levaram os alimentos. As frutas teriam sido colhidas na casa de Zeli e de Paulo, em Canoas.
De acordo com uma das irmãs de Zeli, ela recomendou que os familiares levassem as bananas ao laboratório, porque já havia uma suspeita sobre a nora.
Paulo morreu com crise de vômitos, diarreia e sangramentos estomacais dois dias após a visita da nora. Na ocasião, os sintomas foram interpretados como infecção alimentar.
Deise segue detida no Presídio Estadual Feminino de Torres, por suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e com emprego de veneno, e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada.
Relembre o caso
Zeli dos Anjos foi responsável por fazer o bolo que matou as três pessoas, entre elas duas irmãs e uma sobrinha. Um menino de 10 anos também ficou hospitalizado por vários dias, mas recebeu alta. Uma sexta vítima foi liberada logo após atendimento médico, ainda em dezembro do ano passado.
A suspeita do crime, Deise Moura dos Anjos, não participou da reunião familiar no Litoral Norte, em dezembro. Na ocasião, Deise, o marido e o filho estavam na casa onde moram.
Segundo a polícia, o marido ainda não é investigado porque não há nenhum indício de que ele poderia tentar algo contra a mãe. No entanto, a suspeita tem uma desavença de pelo menos 20 anos com a sogra e teria sido essa a motivação para o crime.