O presidente americano, Joe Biden, e o ex-presidente Donald Trump se reencontram para o primeiro debate da eleição deste ano – os dois tentam conquistar o eleitor indeciso e retornar à Casa Branca no ano que vem.
Debate esse que é realizado cedo, antes das convenções nacionais dos partidos Democrata e Republicano. Essas acontecem em julho e agosto. A votação está marcada pra novembro. Também é a primeira vez que eles se encontram e se enfrentam desde outubro de 2020, quando os dois disputavam o mesmo cargo.
Os dois tentam convencer aquele eleitor em dúvida. Essa é uma análise da comentarista da CBN Fernanda Magnotta, que é coordenadora do Curso de Relações Internacionais da Faap e especialista em Estados Unidos
Biden tenta provar que ainda está apto ao posto – aos 81 anos, ele tenta contornar as críticas de estar muito velho para o cargo e converter isso em experiência. Já Donald Trump precisa mostrar que não vai levar o país a uma instabilidade interna e externa depois da tentativa de golpe liderada por seus apoiadores em janeiro de 2021, na invasão ao Capitólio. E lidar com a recente condenação por fraude contábil na campanha eleitoral de 2016.
Trump ainda responde a acusações de tentativas para anular as eleições de 2020 e do acesso a documentos confidenciais após deixar o cargo. Do lado de Biden, o filho dele, Hunter, foi condenado por porte de arma.
O que cada um deve explorar
Trump vai explorar a política migratória e a inflação. O índice chegou ao pico em junho de 2022, a 9,1%. Desde então tem desacelerado e chegou a 3,4% em maio deste ano, mas os americanos ainda sentem a alta dos preços no dia a dia.
São pontos relembrados pela coordenadora do curso de Relações Internacionais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie, Fernanda Brandão.
Biden também lida com os conflitos internacionais que começaram no mandato dele – a guerra entre Rússia e Ucrânia e o conflito entre Israel e Hamas. Ele vem sendo criticado pela centro-esquerda americana por causa do alinhamento a Benjamin Netanyahu. Trump argumenta que a política externa estadunidense não é segura.
Já Biden vai usar a condenação criminal de Donald Trump e a invasão ao capitólio. Diz que ele é a garantia da segurança institucional do país. Ele também diz que Trump vai atacar direitos individuais, principalmente o direito ao aborto.
Biden bate na tecla de que uma segunda gestão do adversário é uma ameaça à democracia, muito mais radical do que o primeiro mandato. É o que diz Fernanda Brandão.
Dinâmica
Eles estarão a dois metros de distância um do outro, sem plateia, sem poder consultar anotações ou os assessores.
O principal: o microfone de quem não tem a palavra no momento vai estar desligado. Com isso, a princípio, não teremos um confronto entre os dois, como foi na primeira vez em que disputaram a presidência, quatro anos atrás. Em um debate, Trump interrompia Biden em vários momentos e o democrata se irritou.
Os moderadores farão as perguntas e eles terão direito a resposta (2min) réplica (1,5min) e tréplica (1min)
O debate será transmitido dos estúdios da rede de televisão CNN em Atlanta. Ele é conduzido de forma inédita por uma emissora de TV, sem a interferência de entidades não partidárias.