A agência anticorrupção da Coreia do Sul disse nesta sexta-feira (17) que pediria a um tribunal de Seul para estender a detenção do presidente afastado Yoon Suk Yeol, já que o líder se recusou novamente a ser interrogado pelos investigadores.
Na quarta-feira (15), Yoon se tornou o primeiro presidente sul-coreano em exercício a ser preso, por uma investigação sobre se ele cometeu insurreição quando impôs brevemente a lei marcial no início de dezembro. Ele está no Centro de Detenção de Seul.
Para manter o presidente afastado sob custódia por mais tempo, os investigadores do Corruption Investigation Office for High-ranking Officials (CIO), que está liderando o inquérito, precisam solicitar que um tribunal aprove um mandado de detenção por até 20 dias.
“Acho que vocês podem considerar isso quase concluído”, declarou um oficial do CIO a repórteres, respondendo a uma pergunta sobre se os investigadores estavam prontos para entrar com um pedido para deter Yoon por mais tempo.
O oficial disse que a pena de prisão atual expiraria nesta sexta-feira (17) à noite.
O Tribunal Distrital Central de Seul rejeitou uma contestação na quinta-feira (16) dos advogados de Yoon sobre a legalidade de sua prisão.
O ex-presidente bloqueou os esforços do CIO para interrogá-lo na quinta-feira e novamente nesta sexta-feira, enquanto seu partido capitalizou a polarização política para melhorar seus índices de aprovação desde a prisão de sua, mostraram pesquisas.
“Ele declarou completamente sua posição básica no primeiro dia (da prisão), e acreditamos que não há razão ou necessidade de responder ao estilo de perguntas e respostas”, expressou o advogado de Yoon, Seok Dong-hyeon, em uma declaração.
A equipe jurídica do presidente suspenso negou que ele tenha planejado uma insurreição, um crime na Coreia do Sul punível com prisão perpétua ou mesmo com pena de morte.
Seok afirmou nesta sexta-feira que esperava que os investigadores buscassem um mandado de prisão, mas que houvesse uma consideração mais cuidadosa e abrangente da “ilegalidade” da detenção quando um tribunal revisasse o mandado.
A Coreia do Sul está lidando com sua pior crise política em décadas, desencadeada pela breve tentativa de Yoon de impor lei marcial em 3 de dezembro, que surpreendeu a nação e foi rapidamente rejeitada pelo parlamento.
O então presidente sofreu impeachment em 14 de dezembro e enfrenta um julgamento no Tribunal Constitucional que começou esta semana para decidir se suspende permanentemente seus poderes ou o devolve ao cargo.