Em entrevista ao Jornal da CBN, presidente da Abras disse que o programa que altera a regra sobre a validade dos alimentos adiciona uma informação ao consumidor de produtos que ainda seriam próprios ao consumo.
Em entrevista ao Jornal da CBN, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados, João Galassi, destacou a importância do ‘Best Before’. Esse programa consiste na alteração da regra sobre a validade dos alimentos. Em vez de a data de validade indicar um prazo final para o consumo, ela serviria como uma recomendação de até quando seria mais adequado consumi-lo.
‘Eu acho que é um tema importantíssimo para redução do desperdício no país e que é adotado praticamente por todos os países da OCDE, por todos os países desenvolvidos no mundo, inclusive os não desenvolvidos. Nem todo o produto vence pela questão da segurança alimentar. A grande maioria deles vence exatamente por perda de alguma característica como sabor, crocância e aroma. Não pela questão da segurança alimentar.’
Nesta sexta-feira (24), o governo federal deve apresentar um pacote de medidas para conter a alta dos preços dos alimentos. De acordo com o governo, a inflação dos alimento está concentrada em cinco produtos-chave: carne, café, açúcar, laranja e derivados de soja.
Entre as medidas avaliadas, uma proposta de curto prazo é a regulamentação da portabilidade dos vales-refeição e alimentação. A iniciativa permitiria ao trabalhador escolher a operadora do benefício, aumentando a concorrência no setor.
Galassi disse o assunto já havia sido discutido durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Porém, a questão sequer foi mencionada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Na quarta-feira (24), o ministro afirmou que as medidas propostas pelos supermercados para reduzir preço dos alimentos seriam implementadas ainda no primeiro bimestre deste ano.
No que diz respeito as ideias para baratear o valor da comida, João defendeu a criação de um mecanismo que permitiria que as empresas fizessem uma transação direta com a Caixa Econômica Federal, a fim de reduzir custos. Atualmente existe uma intermediação entre as empresas que oferecem o voucher alimentação para o trabalhador e as empresas que recebem esse voucher por meio da venda de produtos.
‘Essas empresas cobram taxa de reembolso, taxa de administração, taxa de adesão, taxa por transação, tabela de anuidade, taxa de gestão de pagamentos, prazo de corte na segunda-feira, prazo de reembolso para mais 30 dias, uma taxa de juros absurda para antecipação. Ou seja, tudo isso hoje está indo para o preço da alimentação do trabalhador. Muitas empresas nem sequer conseguem aceitar esse tipo de voucher em função das altas taxas.’
O presidente da Associação Brasileira de Supermercados ainda ressaltou que a venda de remédios sem receitas é uma medida importante para fomentar a concorrência.
‘Rapidamente nós criamos uma concorrência no país. São 414 mil lojas que vão poder acionar e oferecer ao consumidor brasileiro uma concorrência justa dentro desse mercado dos remédios sem receitas. Ou seja, são aqueles remédios que são vendidos fora do balcão da farmácia. Nós vamos criar uma concorrência extraordinária e vamos reduzir os preços, vamos ajudar a reduzir os preços de remédios no país.’
Ouça a entrevista completa.