A Argentina foi um dos países resistentes à reunião da Celac (Comunidades de Países Latino-Americanos e Caribenhos) para discutir as novas medidas migratórias do governo Trump, de acordo com fontes do Itamaraty.
O governo de Javier Milei é um aliado da nova gestão nos Estados Unidos. O presidente argentino esteve na posse de Donald Trump e estuda medidas de controle na fronteira mais rígidas com a Bolívia e até com o Brasil.
O aviso do cancelamento da reunião foi divulgado pela presidente de Honduras, Xiomara Zelaya, pelas redes sociais.
De acordo com fontes diplomáticas, apesar de querer evitar confronto com os Estados Unidos, o Brasil não se opunha à reunião e já estudava o posicionamento para discurso do Presidente Lula.
Nesta terça-feira (28), o Ministro das Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira, afirmou que o presidente brasileiro participaria da reunião.
O encontro da Celac foi convocado após a tensão entre Colômbia e Estados Unidos com os voos de deportação. O pedido da reunião foi do presidente colombiano Gustavo Petro.
Petro recusou um voo com deportados colombianos, o que levou Trump a determinar uma sobretaxa a produtos do país sul-americano. Horas depois da troca de farpas, os países chegaram a um acordo.
No mesmo fim de semana, o Brasil recebeu a primeira aeronave com deportados na gestão Trump.
O voo com 88 brasileiros teve denúncias de maus-tratos, o que levou o Itamaraty a pedir explicações ao atual responsável pela embaixada dos Estados Unidos no Brasil.