Após a crise hídrica de 2024, que levou ao acionamento da bandeira vermelha pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em setembro e outubro, o ano de 2025 inicia com alívio para os reservatórios e para a geração de energia. Com níveis considerados satisfatórios para o período, todos os subsistemas contam com volumes acima dos 60%.
As projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicam resultados favoráveis, com atendimento da demanda de energia e potência. As fortes chuvas no Sudeste e Centro-Oeste estão colaborando para a elevação dos níveis dos reservatórios.
O presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica, Alexei Vivan, estima que o ano de 2025 será mais estável em termos de preços e geração de energia.
“A perspectiva para 2025 é melhor do que em 2024. Estamos em um período úmido, com a recuperação dos reservatórios, tanto que a bandeira está verde e a tendência é que permaneça. Então, com os reservatórios em nível confortável ao final do período úmido, a previsão é que se tenha estabilidade de preços no período seco”, explica.
Conforme o coordenador do curso de Meteorologia da USP, Micael Amore Cecchini, mesmo que mais fraco neste ano, o La Niña trará chuvas intensas que ajudarão no abastecimento dos principais reservatórios do país. O fenômeno, que consiste no resfriamento anômalo do Oceano Pacífico, influencia nas temperaturas e chuvas.
“Como estamos no verão, a tendência é por encher os reservatórios. Com redução das chuvas no final do inverno, a tendência é por diminuir. Então, a expectativa é que não haja nem excesso, nem falta de água. A tendência é que fique na média”, afirma.
Conforme projeções do Operador Nacional do Sistema, ao final de janeiro, os reservatórios da região Norte poderão chegar a 89,3% da capacidade, seguidos pelo submercado do Sul, com 76,8%.
O Nordeste e o Sudeste/Centro-Oeste também devem atingir percentuais expressivos: 69,1% e 65,9%, respectivamente. Para termos de comparação, o mês de janeiro de 2020 e 2021, anos que registraram a pior crise hídrica da história, tiveram volumes dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste na casa dos 20%.